Polícia Civil desarticula esquema internacional de tráfico de esteroides anabolizantes

11 de abril de 2016 - 21:01

Uma operação da Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), realizada no último sábado (9), resultou na prisão de um casal por tráfico internacional de esteroides anabolizantes. Dyego Cardoso Teles, 34 anos, é piloto de uma companhia aérea e traficava para o Brasil os esteroides anabolizantes provenientes da Europa, México e Paraguai. Na última sexta-feira ele desembarcou em Fortaleza trazendo mais substâncias.

 

O piloto foi capturado nos cruzamentos das ruas Padre Chevalier com Carlos Vasconcelos, no bairro Joaquim Távora. Os inspetores da DCTD flagraram o exato momento em que Dyego fazia uma entrega das substâncias para dois compradores. Após a prisão, ele confessou aos policiais que mantinha uma quitinete no mesmo bairro, que servia como depósito do material. No local, na Rua Visconde do Rio Branco, os policiais encontraram mais esteroides anabolizantes.  De lá, os policiais seguiram até a residência de Dyego, na Rua Ana Bezerra, onde encontraram o restante do material ilícito, além de anotações e contabilidades do esquema criminoso. No local, foi capturada Monikelly Rozendo Madeira, 30 anos, companheira do piloto.

 

Com os suspeitos, foram apreendidos 6.490 comprimidos e 1.019 ampolas de esteroides anabolizantes, além de seringas, agulhas e uma balança de precisão. O casal foi conduzido à sede da especializada, onde foi autuado em flagrante por falsificação, corrupção e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, artigo 273 do Código Penal Brasileiro. Por ser tratado como um crime contra a saúde pública, a prática é considerada hedionda com pena prevista de 10 a 15 anos de prisão e multa.   

 

Investigações

 

Anabolizantes 18De acordo com a delegada Patrícia Bezerra, diretora adjunta da DCTD, Dyego Teles era investigado há cerca de seis meses, após a prisão do português Carlos Miguel de Oliveira Pinheiro, 41, em outubro do ano passado. “Na época, Dyego, que é piloto de uma companhia aérea, facilitava o embarque do Carlos Miguel de Portugal para o Brasil com o material ilícito. Ele burlava a segurança dos aeroportos e lucrava com isso. Porém com a prisão do português, ele assumiu o esquema e passou a trazer o material da Europa, além de expandir o negócio criminoso, trazendo substâncias oriundas do México e do Paraguai”, detalhou a delegada.  

 

As investigações apontaram ainda que em Fortaleza, o piloto usava o nome de “John” para negociar com os compradores. Já sobre a participação da companheira de Dyego, Patrícia Bezerra afirmou que a mulher “tinha uma papel fundamental no esquema criminoso aqui em Fortaleza”. “Quando o Dyego chegava de viagem com os anabolizantes, ela fazia a ponte com os revendedores menores, para que eles fizessem com que esses produtos chegassem ao consumidor final”, afirmou. Patrícia relatou ainda que as investigações continuam a fim de descobrir os demais envolvidos no esquema criminoso. “Até o presente momento, podemos afirmar que existe pelo menos, mais uma ramificação criminosa do grupo no Estado de São Paulo”, finalizou.

 

Prisão do português

Carlos Miguel foi capturado no dia 16 de outubro por policiais da DCTD. Na época, os policiais apreenderam com ele 6.700 comprimidos e ampolas de anabolizantes trazidos de Portugal. A apreensão ocorreu no bairro Meireles, em Fortaleza, e no Porto das Dunas, em Aquiraz. Carlos fazia viagens de três em três meses a Lisboa para adquirir as substâncias que eram vendidas, principalmente, para frequentadores de academias na Aldeota e proximidades.

 

Nas ações realizadas em 2015 no combate ao comércio de esteroides anabolizantes, a Polícia Civil apreendeu mais de 227,7 mil comprimidos e ampolas. Essas ações representam as maiores apreensões dessas substâncias na história da Polícia Civil do Estado.

 

11.04.2016

 

 

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