Sesa qualifica oftalmologistas em nova técnica de transplante de córnea

11 de abril de 2016 - 19:32

Mais 12 médicos oftalmologistas transplantadores de córnea do Ceará estão desde o início deste mês capacitados e atualizados em transplante medular, método de cirurgia avançada de córnea já adotado por equipes transplantadoras do Estado há três anos. Os médicos participaram do primeiro Curso de Transplante Lamelar, promovido pela Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com a Sociedade de Oftalmologia do Ceará, Hospital de Olhos Leiria de Andrade, Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Banco de Olhos do Ceará. O objetivo de curso é qualificar os profissionais no uso do novo método os 15 centros transplantadores de córnea do Estado – 13 em Fortaleza, um em Sobral e um em Barbalha, onde atuam 13 equipes transplantadoras, 11 delas na capital.

No transplante de córnea lamelar posterior, apenas a camada endotelial, disfuncional, da córnea é substituída por tecido doador saudável, sem a necessidade de cortes na superfície ou pontos. O transplante de córnea tradicional, a Ceratoplastia Penetrante, é um procedimento mais invasivo, no qual todas as camadas corneanas, inclusive as não doentes, são transplantadas. Nos casos em que é indicada, essa técnica proporciona um resultado refrativo e visual mais rápido e melhor, se comparado com os transplantes de córnea convencionais, também chamados transplantes penetrantes, que requerem tempo de recuperação do paciente de até um ano.

Conhecida por DMEK (Descement Membrane Endothelial Keratoplasty), a técnica de transplante lamelar proporciona grandes benefícios para o paciente transplantado. A recuperação é muito mais rápida. Como não há necessidade de suturas, a refração se estabiliza de forma mais rápida. Em geral, em torno de um mês a maioria dos pacientes está com 75% ou mais de visão. O tempo cirúrgico também é um fator beneficiado pelo novo sistema, uma vez que o transplante de córnea penetrante dura em média uma hora, contra 15 minutos para o lamelar ser concluído. A possibilidade de rejeição é pequena e a reação inflamatória intraocular, mínima.

A córnea é a superfície transparente que cobre o centro do olho e constitui a sua importante lente. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende exclusivamente da doação de córnea. Em 2015 o Ceará bateu o seu próprio recorde de transplante de córneas com a realização de 831 procedimentos. Desde a criação da Central de Transplantes do Estado, em 1998, foram realizados no Ceará 7.653 transplantes de córnea no Ceará.

Banco de Olhos

O Banco de Olhos do HGF, único da rede pública no Ceará, foi inaugurado em 2006 e funciona de acordo com normas do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, garantindo os padrões técnicos e de qualidade que a complexidade dos procedimentos requer. No Banco de Olhos do HGF, as córneas captadas em todos os hospitais do Estado – públicos e privados – são preparadas, armazenadas e disponibilizadas para a Central de Transplantes, responsável pela fila de espera. O Banco de Olhos realiza também a distribuição das córneas aos Centros Transplantadores de Fortaleza, Sobral e Barbalha. Existem, no total, nove centros em todo o Estado.  Além das córneas oriundas de hospitais, o Banco de Olhos do HGF também capta córneas de doadores que vieram a óbito em casa. Para isso, a família precisa entrar em contato com o serviço para comunicar o desejo da doação.

Todas as córneas recebidas no Banco de Olhos passam por um processo de preparo e preservação em uma solução específica de antibióticos e nutrientes que mantêm os tecidos vivos e aptos para a doação por até 14 dias. As córneas passam também por exames sorológicos (para descartar possíveis doenças infectocontagiosas) e por uma análise biomicroscópica, onde são avaliados diversos aspectos como boa vitalidade e transparência, sequelas de traumas ou procedimentos cirúrgicos, neoplasias, anormalidades congênitas ou adquiridas, cicatrizes, entre outros. Após essa criteriosa avaliação, as córneas são armazenadas em câmaras frias onde ficam submetidas a uma temperatura de 4° C até a data da cirurgia do transplante.

O Banco de Olhos do HGF funciona 24 horas e qualquer pessoa com mais de 2 e menos de 70 anos de idade pode ser um doador. A doação pode ser realizada até seis horas após o óbito, caso o doador não esteja em unidade hospitalar. Em unidades hospitalares, a doação pode ser feita até 24 horas após o óbito.

11.04.2016

Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira
  selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5221 / 3101.5220

Assinatura coornenadoria matérias