Terapia Ocupacional ajuda na recuperação de transtornos mentais
1 de março de 2018 - 15:21 #hospital de saúde mental #terapia ocupacional
Milena Fernandes - Assessoria de Comunicação do Hospital de Saúde Mental
Internada há quinze dias no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), do Governo do Ceará, a doméstica F.S, 64 anos, passa boa parte das manhãs fazendo trabalhos manuais. Apesar da deficiência visual adquirida há dois anos, ela não deixa de se dedicar ao artesanato. “A tapeçaria é minha paixão e minha fonte de renda. Eu já gostava desse trabalho antes, mas aqui estou me aperfeiçoando”, revela. Essa é apenas uma das atividades realizadas no CATO – Centro de Atendimento da Terapia Ocupacional do HSM.
A responsável pela atividade no hospital é a terapeuta ocupacional Gabriela Garcia. Ela explica que diversos recursos são utilizados para ajudar na recuperação dos pacientes diagnosticados com transtornos mentais. “Nosso objetivo é oportunizar novas atividades, fazendo com que eles descubram ou aperfeiçoem seus talentos. Dessa maneira, podemos ajudá-los a superar as dificuldades e contribuir para inserção e participação na vida social”, explica.
Para despertar a atenção dos pacientes, cada dia é realizado um tipo de atividade pelas terapeutas ocupacionais. Tem aulas de artesanato, costura, dança, pintura, rodas de conversa e até teatro. Existem grupos voluntários que colaboram com esse trabalho realizando ensaios e apresentações em datas comemorativas. Para elevar a autoestima dos pacientes, alguns cabeleireiros oferecem corte de cabelo gratuitamente. “Eles gostam muito de todas essas atividades, se sentem respeitados e participam com muita alegria e motivação desses momentos”, ressalta Gabriela.
No Hospital de Saúde Mental de Messejana, a Terapia Ocupacional complementa o tratamento realizado dentro da unidade para que os pacientes internados consigam uma recuperação completa de forma mais rápida. O tatuador C.A.M, 26 anos, internado há 20 dias por dependência química, chamou a atenção de todos depois de pintar uma tela em uma das oficinas da Terapia Ocupacional do hospital.
Ele conta que recebeu apenas um desenho e a tela em branco. Na mesma hora pensou que podia se superar. “Eu nunca havia pintado uma tela, mas quando me vi diante daquele desafio pensei que eu podia ser capaz e até me destacar. Fui criando formas, misturando cores e o resultado final foi bem elogiado. Eu gostei também. Acho que vou querer continuar pintando, quem sabe me tornar um artista plástico. Nunca mais quero voltar a me envolver com o álcool e com as drogas. Daqui pra frente, a arte é o que terá valor em minha vida”, comemora.