Estudo do Ipece analisa efeitos da crise econômica sobre o mercado de emprego formal no Brasil
5 de novembro de 2018 - 16:38 #crise econômica #emprego #Ipece
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Entre 2013 e 2017, oito estados apresentaram crescimento no estoque de empregos formais (com carteira assinada), enquanto 19 registraram queda – incluso o Distrito Federal. O Ceará ficou na 11ª colocação do ranking, com a terceira menor perda relativa de 2,1 por cento no acumulado do período, significando menos 30.975 postos. As maiores variações percentuais foram observadas em Tocantins (9,3 por cento); Roraima (8,9 9,3 por cento); Piauí (2,1 9,3 por cento); Acre (1,6 9,3 por cento); Mato Grosso (0,9 9,3 por cento) para citar as cinco maiores. Já maiores quedas foram observadas nos estados do Rio de Janeiro (-11,8 9,3 por cento); Pernambuco (-9,9 9,3 por cento); Amazonas (-9,3 9,3 por cento); Espírito Santo (-8,4 9,3 por cento) e Minas Gerais (-6,8 9,3 por cento).
Em termos absolutos, os maiores incrementos foram registrados pelos estados de Tocantins (23.938 vínculos); Piauí (9.108); Roraima (8.220); Mato Grosso (7.517) e Goiás (6.027 vínculos).Na contramão, as cinco maiores perdas de postos formais de trabalho foram observados nos estados de São Paulo (-896.062 vínculos); Rio de Janeiro (-542.05); Minas Gerais (-346.161); Rio Grande do Sul (-180.618) e Pernambuco (-173.702 vínculos). Os dados estão no Ipece Informe (nº 137 – novembro/2018) – Efeitos da crise econômica sobre a dinâmica do emprego formal cearense: uma análise comparativa com o Brasil no período de 2013 a 2017, que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará.
De acordo com o autor do estudo, o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, o estoque de vínculos formais oscilou positivamente entre 2013 e 2014, alcançando o recorde de empregos formais No Ceará. Em 2015, como consequência da crise iniciada em 2014, o estoque de empregos formais foi reduzido para 1.542.759 vínculos. “Como consequência do aprofundamento da crise, o mercado de trabalho formal cearense regrediu bastante alcançando o estoque de empregos de 1.443.365 vínculos, ficando abaixo do nível registrado em 2013. Já em 2017, é possível perceber que os primeiros sinais de recuperação da crise com aumento no estoque de empregos para 1.464.948 vínculos, mantendo-se ainda abaixo do estoque registrado em 2013”.
Entre os anos de 2003 e 2017, dos oito setores analisados, apenas três registraram crescimento no estoque de emprego formal cearense, Serviços industriais de utilidade pública (16,2 por cento); Serviços (6,4 por cento) e Administração pública (2,3 por cento). Por outro lado, cinco setores apresentaram queda no total de vínculos, Construção civil (-33,5 por cento); Extrativa mineral (-24,6 por cento); Indústria de transformação (-14,3 por cento); Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (-10,0 por cento) e Comércio (-0,3 por cento). Em termos absolutos, os setores que mais incrementaram vínculos formais de trabalho no Ceará foram: Serviços (29.093 vínculos); Administração pública (9.121) e Serviços industriais de utilidade pública (1.266). Os que registraram as maiores perdas foram: Indústria de transformação (-37.806 vínculos); Construção civil (-28.352); Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (-2.590); Extrativa mineral (-882) e Comércio (-825).
O Analista de Políticas Públicas do Ipece afirma que a crise econômica que se instalou no país após 2014 afetou sobremaneira a capacidade de previsão por parte do empresariado nacional, resultante em forte retração da atividade econômica com efeito direto sobre a capacidade de geração de novos empregos. “O referido ano, registrou estoque recorde de empregos formais tanto para o país quanto para o estado do Ceará. O aprofundamento da crise resultou em destruição de vagas formais de emprego nos anos de 2015 e 2016. Com isso, o mercado de trabalho nacional perdeu mais 3,5 milhões de vagas e o mercado de trabalho cearense perdeu mais de 109 mil vagas nesse período”. Já em 2017 – frisa – foi possível notar uma retomada na geração de vagas de trabalho formal tanto a nível nacional quanto a nível local. “Mas essa abertura de novas vagas não foi o suficiente para recuperar os postos de trabalho perdidos nos últimos dois anos”.