Tuberculose: tratamento é eficaz quando é feito até o fim
22 de março de 2019 - 10:30 #Hospital de Messejana #pneumonia
Ascom do HM
No próximo domingo, dia 24 de março, é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose. O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), do Governo do Ceará, é referência no atendimento dos casos mais complexos da doença em todo o estado. Em 2018, o Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana atendeu 2.259 pacientes.
A cuidadora de idosos, Maria de Fátima Jacó, demorou a ter o diagnóstico da doença. Ela conta que se automedicava e só percebeu a gravidade do seu problema quando começou a ter a rotina interrompida. “Eu tive pneumonia, tossia muito, tomava uns remédios, melhorava e voltava a trabalhar. Mas comecei a ficar muito cansada, não tinha força pra nada. Numa consulta aqui no hospital, descobri que estava com tuberculose. Meu pulmão já estava muito comprometido. Eu pensei que ia morrer”, conta emocionada.
Há dois anos ela é tratada no Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana, onde recebe acompanhamento multiprofissional e os medicamentos gratuitamente. “Aqui no hospital eu tive muito apoio, entendi a gravidade do meu problema e por isso, eu fiz tudo o que eles mandaram. Nunca parei de tomar os remédios e estou perto de receber alta”, comemora.
Considerada a doença infecciosa que mais mata no mundo, a tuberculose tem cura e o sucesso só é possível se o paciente seguir corretamente as recomendações médicas e não interromper o tratamento. “Aqui no HM nós cuidamos, principalmente, dos casos que não foram curados no primeiro tratamento por conta da irregularidade no uso dos medicamentos ou falência no esquema de tratamento, os chamados casos de multirresistência. É um tratamento mais prolongado que pode durar de 18 a 24 meses”, explica Tânia Brígido, coordenadora do Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana.
Como é o caso do Vanberg da Silva, que convive com a doença há três anos. Ele começou a ser tratado no posto de saúde, mas descontinuou o tratamento algumas vezes. Com muitas dores nas costas e cansaço, Vanberg foi encaminhado ao HM e recomeçou o tratamento há 15 dias. “Dessa vez eu não vou parar o tratamento. Quero ficar bom logo, quero voltar a trabalhar, ter minha vida normal”, garante.
Os pacientes inscritos no ambulatório são atendidos por uma equipe multiprofissional formada por duas pneumologistas, duas enfermeiras, uma assistente social, uma farmacêutica e uma técnica de enfermagem. Eles recebem incentivos como vale-transporte e cesta básica, já que a condição socioeconômica da maioria é precária e a doença os afastam do ambiente de trabalho. As cestas são doadas pela Associação Hebert de Sousa, instituição filantrópica criada por um grupo de funcionários do hospital.
Atualmente, 144 pacientes estão sendo atendidos pela equipe. A maioria dos casos, são de pacientes que não conseguiram se curar no primeiro tratamento. “O paciente que adquire uma tuberculose precisa fazer o primeiro tratamento de forma correta, sem interrupções, para que não se torne resistente, tornando o caso mais severo, chegando a ter que ficar internado, longe do convívio social e familiar, ou até a morte”, alerta Tânia Brígido.
Ela explica ainda, que os casos mais simples da doença são tratados na atenção primária, ou seja, nos postos de saúde, e levam em média seis meses de tratamento.
Atendimento
O Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas. Para a primeira consulta, o paciente deve ser encaminhado por um posto de saúde. Mais informações pelo telefone (85) 3101-4068.