Pediatras declaram seu amor à profissão
26 de julho de 2019 - 11:19 #AltaComplexidade #infância #pediatra
Diana Vasconcelos - Ascom Hias
A busca por uma vida saudável requer cuidados desde a infância. Os profissionais que se especializaram nos pequenos pacientes consideram a pediatria “apaixonante”. É o que dizem duas das profissionais mais antigas do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), do Governo do Ceará, na véspera do Dia do Pediatra, que é celebrado nesta sexta-feira (26/7).
Pediatras são responsáveis por acompanhar o crescimento e desenvolvimento de crianças ainda no período fetal, perpassando inclusive pela inserção social de cada paciente, até o fim da adolescência. “Não tratamos apenas a doença, nós buscamos prevenir. Orientamos sobre saúde, sobre alimentação, sobre convívio familiar, sobre vacinas, tudo para que a família e a criança cresçam de uma forma saudável. A doença é o que procuramos evitar”, explicou Sônia Guerreiro, coordenadora do ambulatório de especialidades do Hias.
A unidade de assistência pediátrica terciária do Governo do Ceará é referência para todo o Nordeste em tratamentos de alta complexidade. O Hias atende 28 especialidades distintas. “Eu sempre saí de casa feliz para cuidar das minhas crianças”, disse a coordenadora do ambulatório de especialidades do Hias, Sônia Guerreiro, apoiada pela coordenadora da Emergência da unidade, Maria Liduína Jales.
Ambas afirmaram ter outros planos durante a faculdade de medicina, mas se viram encantadas durante o estágio em pediatria. “Quando examinei pela primeira vez um bebê, no internato, eu fui impactada. Sintonizou”, afirmou Sônia, que vai completar 35 anos atuando no ambulatório de especialidades e tornou sua paixão contagiante. “Eu acho que passei coisas boas para os meus filhos. Eles optaram pela pediatria também. É como se a pediatria estivesse dentro de casa, meu apoio foi geral. Eles estarão do meu lado e vão gostar”, disse ela.
O mesmo aconteceu com a coordenadora da Emergência, Liduína Jales, que sonhava em se tornar ginecologista obstetra, mas caiu no “encanto” dos bebês. “Eu me apaixonei pela pediatria. É um atendimento integral que a gente faz, eu me sinto mais médica atuando como pediatra”, explicou ela, afirmando ainda ter entendido, já naquela ocasião, que a escolha poderia ser dolorosa, afinal, “não é fácil” ver crianças sofrendo. Mas, segundo ela, isso também torna o sucesso ainda mais gratificante.
“É doloroso vê-las doentes sim, mas, em compensação, a criança tem uma capacidade muito maior de superar as doenças. É muito gratificante a gente ver o paciente se restabelecer da doença de maneira integral. E, aqui na pediatria do Hias, eu vejo o tempo todo, e o Albert Sabin é uma unidade de alta complexidade. As crianças chegam aqui graves, vocês não conseguem imaginar o tamanho da alegria que é ver uma delas se recuperar por completo”, contou ela, que já trabalha com emergência pediátrica há 40 anos.
É comum nos corredores do Albert Sabin encontrar comemorações de aniversários, altas médicas e até pequenas melhoras, como uma saída da UTI. Isso, segundo os pediatras da unidade, deve-se ao fato de serem pais e mães mais de uma vez: dos filhos e dos pacientes. “Cada conquista é uma vitória do paciente, da família, mas nossa também”, destacou a diretora geral do Hias, Patrícia Sampaio.
Formação profissional
O Hias é um centro formador de profissionais de saúde desde 1976, certificado pelo Ministério da Educação e da Saúde como Hospital de Ensino. A Residência médica em Pediatria completou 40 anos em 2017 e já formou 580 pediatras.
A unidade atende pacientes como Gabriel Oliveira. Aos dois anos, ele ainda não se comunicava e realizava, insistentemente, o mesmo movimento com as mãos. Acompanhado regularmente pelo pediatra, logo a família obteve o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista.
“A gente tende a confundir muitas coisas com birra, se eu não tivesse seguido as orientações do pediatra, meu filho poderia ter tido um diagnóstico tardio e prejudicado o desenvolvimento dele”, a declaração é da técnica de enfermagem Ana Vládia Oliveira, mãe do pequeno Gabriel e funcionária do Hias.
Ana Vládia consultava o filho mensalmente com o pediatra, recebendo orientações sobre alimentação, vacinas e escala de desenvolvimento. “Foi assim que percebemos que tinha algo errado, e o pediatra encaminhou para o neurologista”, conta. Logo a criança recebeu o diagnóstico e iniciou o acompanhamento com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, fisioterapia, além das consultas regulares com especialistas. “Hoje ele interage, tem amigos na escola, brinca. Se o pediatra não tivesse nos alertado, meu filho poderia não estar tão bem”, ressaltou.