Comunicação não-violenta maximiza potencial dos estudantes e fortalece relações nas escolas
14 de agosto de 2019 - 17:16 #empatia #promoção da paz #responsabilidade individual #SEDUC #socioemocionais
Bruno Mota - Ascom Seduc Texto
Rosane Gurgel Fotos
A comunicação não-violenta é uma linguagem que se apoia na empatia e na responsabilidade individual, tendo como base um conjunto de habilidades de interlocução focado na boa relação entre as pessoas. Sabendo da importância desta prática no ambiente escolar, a Secretaria da Educação (Seduc), por meio da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz, promoveu, nesta quarta-feira (14), o Seminário Comunicação Não-Violenta (CNV): transformação do conflito, conexão entre as pessoas e promoção da paz. O evento ocorreu em parceria com a Vice-Governadoria do Estado. Os pesquisadores Laura Claessens e Sérgio Luciano foram facilitadores da ação.
A abordagem foi criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, proveniente de uma família e comunidade com hábitos violentos. O estudioso procurou saber o que estaria por trás daquelas atitudes, e como aquela realidade poderia ser transformada. Então, tomou como ponto de partida a ideia de que todo ser humano tem uma natureza compassiva, mas, ao longo da vida, adota hábitos e comportamentos violentos aprendidos no ambiente em que vive.
“É possível resgatar e fortalecer a semente da compaixão e da empatia”, observa Laura Claessens. “Quando aprendemos a olhar para além das ações, percebendo o que nos motiva a fazer o que fazemos, temos uma grande chance de nos conectar com o outro, em vez de considerá-lo um oponente. Eu posso até desaprovar as ações de uma pessoa, mas, passo a entender que ela está fazendo aquilo baseada no que aprendeu ao longo da vida. Assim, desconstruo a figura do inimigo e passo a olhar para a humanidade de cada um e a buscar formas chegar na resolução de conflitos”, explica.
A comunicação caracterizada como sendo violenta é exemplificada em atos de discriminação, bullying, racismo, acusação, julgamento, falar sem ouvir, reagir de forma ofensiva ou defensiva. “É preciso entender o que está acontecendo comigo e com o outro e buscar uma conexão, uma forma de interação pacífica. Assim como, considerar as várias formas de compreensão existentes, em vez de achar que o próprio pensamento é o único viável”, complementa Laura.
No contexto escolar, a comunicação não-violenta tem o papel de maximizar o potencial dos estudantes, fortalecer o interesse pelo processo de aprendizagem, melhorar a confiança e a segurança no ambiente da sala de aula, além de promover a cooperação entre alunos e professores, gerando melhores relações.
Sérgio Luciano lembra que a escola é feita por pessoas, e que o conflito é natural da convivência humana, mas, pode ser vivenciado com mais qualidade. “A comunicação não-violenta é uma forma de viver o conflito de forma mais respeitosa. Para além da briga, existe algo que é importante para cada pessoa. Assim, a intenção deve ser não a de ferir ou de estar certo sobre o outro, mas, de defender meu ponto de vista através de uma lógica pacífica”, considera.
Estudiosos de temas envolvendo empatia, comunicação, relações e colaboração, Sérgio e Laura realizam atividades envolvendo facilitação de grupos e Comunicação Não-Violenta desde 2014. Em 2017, fundaram a empresa social Colibri para ajudar pessoas e organizações a desenvolverem habilidades socioemocionais, criarem uma cultura de empatia e comunicação consciente e cultivarem práticas que promovem melhores relações no ambiente pessoal e profissional.