Narguilé e cigarro eletrônico causam risco à saúde, alerta especialista
28 de agosto de 2019 - 14:28 #arguilé #cigarro #Dia Mundial sem Tabaco #tabagismo
Jessica Fortes - Ascom Hospital de Messejana
Na semana de combate ao fumo, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da rede pública do Governo do Estado, alerta para os riscos causados pelo consumo do narguilé e do cigarro eletrônico. Tratados como menos nocivos, eles podem desencadear danos semelhantes ao cigarro convencional, ou até mais graves.
A pneumologista do Programa de Controle do Tabagismo do HM, Penha Uchôa, explica que uma sessão de narguilé expõe o fumante à inalação de fumaça por um período maior do que quando ele fuma um cigarro. “Uma rodada de narguilé dependendo do tempo da sessão pode ser equivalente ao consumo de 100 cigarros ou mais”, alerta a médica.
De origem oriental, o narguilé chegou ao Brasil como recreação e logo caiu no gosto dos jovens, principalmente por conta das essências. Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária dos consumidores desse novo produto são jovens de 13 a 35 anos, do sexo masculino.
Por compor um filtro de água e utilização de aromatizantes, o narguilé pode parecer menos nocivo se comparado a outros produtos com tabaco. “O que as pessoas não percebem é que o produto fumado no aparelho tem como base o tabaco que, quando queimado, é tão prejudicial à saúde quanto um cigarro convencional”, explica a pneumologista Penha Uchôa.
Riscos à saúde
A utilização do narguilé e de cigarros eletrônicos em longo prazo causam câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, o compartilhamento pode expor o fumante ao vírus do herpes, da hepatite C, tuberculose e outras doenças.
“Nós precisamos alertar sobre os perigos do fumo. O narguilé e os cigarros eletrônicos, são tão prejudiciais à saúde quanto o cigarro branco, convencional. Nosso objetivo é conscientizar jovens e adultos, de ambos os sexos, fumantes ou não, e prevenir essa experimentação. Queremos evitar a iniciação ao tabagismo, que acontece principalmente na adolescência”, acrescenta.
Vencendo o tabagismo
Na última segunda-feira, 26, pacientes e acompanhantes reuniram-se no Bosque dos Eucaliptos do hospital para trocar experiências sobre o processo de abandono do cigarro. Em uma grande roda, eles contaram sobre a inciativa de parar de fumar. “Eu reconquistei minha autoestima”, “Eu ganhei saúde e agora sinto o gosto dos alimentos”, “Eu voltei a ser abraçada pelo meu filho”, “A alegria voltou para a minha casa”, foram algumas frases compartilhadas pelo grupo.
O ferreiro, Elizeu Nonato, 41 anos, passou mais de 30 anos de sua vida fumando. Ele parou há dois meses, após um infarto. Apesar de ter tentado parar algumas vezes, agora sentiu-se motivado. “Estou há dois meses sem fumar e a alegria voltou para a minha casa. As pessoas acabaram se distanciando de mim, por conta do meu vício e agora estou resgatando o afeto da minha família. Eu parei de beber e de fumar, graças a ajuda que tenho recebido aqui no grupo”, ressaltou durante o encontro.
Além de compartilhar experiências, os participantes do Programa de Controle do Tabagismo, também receberam dicas para o enfrentamento das crises de abstinência. Durante o evento ocorreu inscrições para as novas turmas do Programa realizado pelo HM.
Apoio ao paciente
O Hospital de Messejana é referência no tratamento de fumantes há 17 anos. A unidade auxilia pacientes na luta contra o vício do cigarro. Os pacientes são atendidos por uma equipe de profissionais especializados com médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
O Programa de Controle do Tabagismo já atendeu cerca de 3 mil pacientes sendo o primeiro tratamento público com distribuição gratuita de medicação para aliviar os sintomas da abstinência.
Dia Nacional de Combate ao Fumo
No dia 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a data reforça as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população aos agravos à saúde, danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Criada há 33 anos por meio da Lei Federal 7.488, a data normatiza o controle do tabagismo como um problema de saúde coletiva.