HGF disponibiliza DIU intraparto para pacientes pós-parto e pós-abortamento
29 de agosto de 2019 - 11:33 #Cuidados #Diu #Método Contraceptivo #obstetrícia
Débora Morais - Ascom HGF Texto
Jeorge Farias Arte gráfica
Uma pequena haste de plástico flexível em forma de “T” que representa um método anticoncepcional seguro e que assegura o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva. Desde 21 de maio deste ano, o Hospital Geral de Fortaleza, da rede pública de saúde do Governo do Estado do Ceará, está disponibilizando o dispositivo intra-uterino (DIU) de cobre para pacientes pós-parto e pós-abortamento imediato.
Essa ação foi possível graças à atuação conjunta dos serviços de obstetrícia, ginecologia e Planejamento Familiar do HGF, que atua desde 1989, auxiliando e orientando homens e mulheres a planejar a chegada dos filhos, e também a prevenir a gravidez. O serviço atende pacientes como a dona de casa Danielly Cavalcante Pereira, de 39 anos.
Ela deu entrada na emergência obstétrica do HGF, no dia 10 de maio de 2019, com a pressão muito alta. Ficou em observação até o dia do parto da pequena Maria Isadora. “Eu estava pensando em fazer uma laqueadura, pois esse já é meu quarto filho, mas eu não tive tempo de ajeitar os papéis, porque a Isadora nasceu antes do tempo previsto”, conta Danielly. A filha mais nova nasceu em 21 de maio, quando a paciente já teve a implantação do DIU garantida. “Como eu já sabia o que era, eu aceitei e está tudo bem. Já fiz minha consulta de retorno e ele está posicionado direitinho”, conta a dona de casa.
Momento oportuno
Atualmente, a unidade oferece oito tipos diferentes de métodos contraceptivos. No HGF, o DIU de cobre é disponibilizado para pacientes com perfil de alto risco, desde 1969, e em maio de 2019, a unidade passou a ofertar para outros casos. Até o momento, já foram implantados 30 DIUs de cobre.
A coordenadora do serviço de obstetrícia do HGF, Shirley Bruno, explica que o DIU é um método de contracepção seguro e que a implantação logo após o parto é um momento muito oportuno. “Essa é uma grande oportunidade que a mulher passa a ter, porque o dispositivo é inserido logo após o parto. Isso nos dá a tranquilidade e a segurança de que ela não está grávida. Se ela for colocar o DIU meses após o parto, a chance de expulsão é de 30%, além de poder existir a possibilidade da paciente estar grávida e ainda não ter sido detectado pelos exames, por a gestação está muito no começo”, ressalta a obstetra.
Depois de implantado, as pacientes passam a ter todo um acompanhamento completo na unidade. Elas já saem com o agendamento para o serviço do Planejamento Familiar, além de fazerem o ultrassom transvaginal, três a quatro semanas após a inserção. Quem dá mais detalhes sobre esse funcionamento é a enfermeira e coordenadora do serviço do Planejamento Familiar do HGF, Mônica Medeiros. Segundo ela, essa forma de oferecer um método contraceptivo tem ajudado as mulheres.
A enfermeira explica que muitas pacientes chegam ao serviço sem orientação e sem saber o tipo de método anticoncepcional que querem e como funciona. “Com essa nova forma de DIU intraparto, muitas mulheres que passam por aqui se sentem mais seguras, pois nem sempre a laqueadura é o melhor método para aquela paciente”, diz Mônica Medeiros. “Todas elas têm o direito de decidir se terão ou não filhos. Nós temos o dever de oferecer acesso a recursos informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem a prática do planejamento familiar com a nossa equipe multidisciplinar”, esclarece.
Um dos médicos pioneiros do Estado a realizar procedimentos com DIU, o obstetra Arnaldo Carvalho, atua no HGF desde a fundação. “Fui um dos primeiros plantonistas do hospital e estava desde o começo do serviço. Naquela época, os DIUs eram os de “alça de lippes” (alças de plástico), em que a taxa de expulsão era muito alta”, explica. Segundo o obstetra, esse dispositivo não é mais usado e hoje os procedimentos evoluíram muito. “O novo serviço do HGF é fundamental, porque só vem a beneficiar as pacientes que, se aceitarem e perfizerem os critérios de inclusão, assinam um termo e imediatamente já saem protegidas”, enfatiza.
O Dispositivo Intrauterino (DIU) destaca-se pelo alto potencial de eficácia, praticidade e segurança, além de ter longa ação, ser reversível e não conter hormônios, segundo o Manual Técnico para Profissionais de Saúde (DIU com cobre) de 2018. É um método de contracepção inserido no útero que funciona por interferir na forma como os espermatozóides se movimentam, impedindo que cheguem até os óvulos e os fertilizem. Além disso, caso a fertilização ocorra, a presença dos dispositivos evita que o óvulo fecundado se implante na parede uterina e se desenvolva. O DIU pode durar de cinco a dez anos.
Equipe multidisciplinar
O setor de obstetrícia do HGF acompanha a gestante de alto risco, desde o início da gravidez até o puerpério, incluindo cuidados ao recém-nascido, visando à manutenção da integridade físico-psíquico-biológica, através de uma assistência integral à mãe e ao filho. Todas as gestantes, ao serem atendidas na emergência obstétrica, contam com a presença constante de acompanhante. Há suporte para exames complementares, como ultrassom e cardiotocografia. Atualmente, o serviço atua em conjunto com médicos obstetras, ginecologistas, residentes, enfermeiras e assistentes sociais. De janeiro a junho de 2019, a emergência obstétrica do HGF realizou 1.715 internações e 1.433 partos normais e cesáreas.
Conforme a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar tem como objetivo dar à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que for mais conveniente, com toda assistência necessária para garantir isso integralmente. No HGF, os pacientes são encaminhados através das outras especialidades do hospital e também através dos postos de saúde. O hospital conta com equipe multidisciplinar para garantir a saúde e a liberdade de opção das famílias.