Técnicos da Sesa e da Adagri investigam caso de Febre de Nilo Ocidental em equinos
10 de setembro de 2019 - 11:20 #equinos #febre do nilo #investigação #vigilância
Fátima Holanda - Ascom da Sesa
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri) realizaram investigação epidemiológica sobre o caso de Febre do Nilo Ocidental em equinos, na cidade de Boa Viagem. Os técnicos coletaram amostras de equídeos com suspeitas de síndrome neurológica que vieram a óbito no município. As amostras foram encaminhadas para o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e depois encaminhadas para Pedro Leopoldo (MG), assim foi confirmado o diagnóstico positivo para Vírus do Nilo Ocidental. Não há registro de caso humano de encefalite pelo vírus no Ceará nem suspeita do vírus em humanos no estado.
A Sesa, assim que foi notificada do caso no animal, enviou comunicação ao Ministério da Saúde solicitando apoio na investigação para buscar entender como se deu a transmissão do Vírus do Nilo Ocidental no equino que veio a óbito. Dados do Ministério da Saúde sugerem que a circulação do vírus em animais (aves e equídeos) se deu a partir de 2011 no Brasil.
Desde a última terça-feira, 3 de setembro, até esta quarta-feira, 11, uma força tarefa composta por 25 profissionais de diferentes instituições está no município de Boa Viagem, a cerca de 200 km de Fortaleza, coletando informações e amostras de animais (aves e equídeos) e humanos, além da coleta de insetos que são vetores potenciais do VNO. O trabalho está sendo feito a fim de elucidar a ocorrência do óbito de um cavalo e para investigar se há circulação do VNO no Ceará.
“Essa investigação do vírus do Nilo lá no município de Boa Viagem é de extrema importância para a gente entender como é que essa transmissão com o equino que veio a óbito para saber se o vírus ainda está lá presente. Trata-se de uma arbovirose. É importante a gente saber se as pessoas estão expostas a esse vírus ou se ele está restrito aos animais”, disse a supervisora do Núcleo de Controle e Vetores da Sesa, Ricristhi Gonçalves, esse trabalho da investigação que está sendo feito nos animais é de suma importância.
As instituições que fazem parte dessa mobilização são: Fiocruz, Instituto Evandro Chagas, Ministério da Saúde, Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres (Cemave), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), Sesa e Secretaria Municipal de Saúde de Boa viagem.
Transmissão
O vírus do Nilo Ocidental (VNO) é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex. Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos. Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos.
O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a viremia se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.
De janeiro de 2014 até junho de 2019, foram notificadas ao Ministério da Saúde 98 epizootias em equídeos no Brasil, das quais cinco foram confirmadas, 65 permanecem em investigação, oito foram descartadas para Febre do Nilo Ocidental (confirmadas para Raiva ou Encefalite de Saint Louis) e 20 foram consideradas indeterminadas, sem amostras viáveis para o diagnóstico. As notificações concentraram-se em 2018, a partir da detecção do vírus no Espírito Santo (ES), que foi único Estado que registrou epizootia confirmada para Vírus do Nilo Ocidental por laboratório.
O que são epizootias?
É um conceito utilizado na saúde pública veterinária para qualificar a ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não à morte. As principais são: Dengue, Febre Amarela, Febre do Nilo Ocidental, encefalite de Saint Louis, Mayaro, Oropouche, Chikungunya e Encefalites Equinas.
A vigilância em epizootias, mais especificamente em primatas não humanos, tem como objetivo a prevenção de casos humanos de febre amarela através da identificação precoce da circulação viral na população de macacos mortos ou doentes (vigilância passiva).
O que é viremia?
Viremia é a presença de vírus no sangue circulante em um ser vivo.