Chef Bel Coelho ensina receita com óleo produzido pelo povo indígena Tremembé da Barra do Mundaú

25 de setembro de 2019 - 17:37 # # # #

Izakeline Ribeiro - Ascom EGSIDB

 

O produto é tema da pesquisa de Mateus Tremembé no laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social

“Tartar de pargo com molho ponzu e maionese de batiputá e baniwa” foi a receita criada pela chef Bel Coelho e apresentada em aula-show nesta quarta-feira, na Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Produto da pesquisa “Batiputá: o sagrado que alimenta e cura, saberes e sabores do povo Indígena Tremembé da Barra do Mundaú”, o óleo faz parte da cultura alimentar do povo da localidade.

Para a chef, o óleo tem sabor leve, nota vegetal marcante, além de bom ponto de fumaça. Durante a aula, o pesquisador Mateus Tremembé ressaltou ainda o objetivo de fortalecer e valorizar a identidade da cultura alimentar do povo Tremembé, por meio da relação com os processos alimentares indígenas, além de proporcionar experimentações gastronômicas, novos aromas, sabores, saberes, cores e texturas do território ancestral, através do Batiputá, fruto considerado sagrado para o povo indígena.

O óleo de batiputá é obtido de forma artesanal na comunidade indígena Tremembé da Barra do Mundaú, em Itapipoca – 135 km de Fortaleza. Os frutos maduros são selecionados, pilados e cozidos para um processo de feitura do óleo, que tem duração de um dia, e possui propriedades terapêuticas, além de ser utilizado em preparações culinárias.

Viagem

Para interagir com as práticas alimentares, testar as possibilidades do óleo do fruto na gastronomia, reconhecer o produto no território, a fim de imergir na cultura alimentar da comunidade, a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco convidou a chef Bel Coelho para uma viagem de imersão na cultura do povo indígena, em Itapipoca. Nesta quinta-feira, dia 26, Mateus mostrará à chef, o preparo do óleo, os processos e rituais que o envolvem.

Bel Coelho

Premiada chef do Clandestino (SP) e apresentadora do Receita de Viagem (TLC Discovery), Bel descobriu cedo sua vocação. De uma família de apreciadores da gastronomia, tem em sua memória afetiva uma forte ligação com a cozinha e com seus sabores.Formada pelo Culinary Institute of America (CIA), trabalhou com grandes chefs em alguns dos mais importantes restaurantes do mundo, como o El Celler de Can Roca, adquirindo experiência e um repertório rico em técnicas clássicas e de vanguarda. Defensora da agroecologia e de cadeias socialmente e ecologicamente “limpas”, justas e sustentáveis, os ideais e princípios da chef estão presentes em todas as etapas de seu trabalho.

Sobre a Escola

-Instituição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB) é gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). O nome faz referência ao fundador do grupo M. Dias Branco, que financiou a sede doada para o Estado em uma parceria público-privada. O centro de formação oferece cursos básicos e profissionalizantes em cozinha, panificação e confeitaria, além de mentorias para desenvolvimento de produtos e projetos, por meio do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar Gastronomia. Todas as atividades são gratuitas, mediante inscrições e processo seletivo. O público-alvo preferencial da escola é formado por jovens em situação de vulnerabilidade social e adultos com ou sem experiência em gastronomia.