Profissionais de saúde finalizam curso de cuidados paliativos
3 de outubro de 2019 - 16:45 #capacitação #cuidados paliativos #curso
Ascom ESP
A humanização do tratamento no campo da saúde é uma das principais formas de atuar na prevenção e alívio do sofrimento, tanto de pacientes, quanto das pessoas que os acompanham. É nesse sentido que os cuidados paliativos operam como uma ferramenta primordial na manutenção da qualidade de vida e na estratégia de promoção da saúde. Entendendo a relevância desse trabalho, a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), promove desde 2018 o curso básico de cuidados paliativos.
Promovido pelo Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceats), o curso já capacitou cerca de 300 pessoas desde o início das atividades. Uma dessas profissionais é Maria Elisângela de Sousa, enfermeira que trabalha há 15 anos na área de atendimento domiciliar em Fortaleza. “Destaco o compromisso da ESP/CE em qualificar profissionais da área da saúde, em uma temática que hoje é foco na humanização e no pensar no outro, no contexto de finitude”, afirma Maria Elisângela.
Inicialmente, a formação foi desenvolvida a partir de uma demanda do Programa de Residência Integrada em Saúde (RIS-ESP/CE) como parte da formação de residentes do componente hospitalar, ainda em 2018. Até o fim deste ano, o curso deve chegar em sua 8ª turma, reunindo profissionais de diferentes áreas da saúde como: enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, fonoaudiólogos, entre outros.
Capacitação profissional
O curso realizado pela ESP/CE é gratuito tendo como principal objetivo capacitar profissionais de equipes de saúde interdisciplinares nos princípios relacionados aos cuidados paliativos. Sua proposta, portanto, está ligada à influência das transições epidemiológicas, o aumento no número da população idosa e a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), destacando-se a necessidade de políticas e ações voltadas para os cuidados paliativos.
A formação ocorre na modalidade presencial e todos os encontros acontecem na sede da ESP/CE. Com carga horária de 40 horas, o currículo do curso está estruturado em cinco módulos que partem de uma abordagem dos princípios de aplicabilidade do cuidado paliativo, como questões psicossociais, controle de sintomas físicos, emocionais e bioética.
A supervisora do Centro de Educação Permanente em Saúde da ESP/CE, Fátima Elias, ressalta a importância de se entender a prática dos cuidados paliativos para além dos conceitos. “O cuidado paliativo sensibiliza os profissionais a trabalhar não somente com o paciente, mas com todo o seu entorno: com a família, com os cuidadores, com a vizinhança e amigos”, orienta Fátima Elias.
Ainda de acordo com a gestora, essa é uma nova visão que exige desses profissionais uma sensibilidade maior, bem como um enfoque mais voltado para questões como a empatia, por exemplo. “Envolve questões de como lidar com o outro, da socialização, e de perceber as situações dessas famílias, dessas casas e do entorno desses pacientes”, reforça.
Visão essa que é bastante percebida por Cláudia Regina de Castro. A enfermeira trabalha há 14 anos no SAMU Fortaleza e conta que o curso veio exatamente somar na qualificação das ações que ela já desenvolve no dia a dia da profissão. “Sabemos da qualidade da ESP/CE e sempre que posso me qualifico com a referência da instituição”, afirma a enfermeira.
Cláudia Regina faz parte de uma grande demanda que tem surgido no campo dos cuidados paliativos em Fortaleza. Nas últimas turmas da formação promovida pela ESP/CE, o número de profissionais inscritos supera a média de 40 vagas disponibilizadas por turma.
De acordo com Nazka Fernandes, supervisora da capacitação da ESP/CE, esse comprometimento é percebido pelo grau de envolvimento dos participantes ao longo do curso. “Os alunos têm aderido bastante. Temos turmas que iniciam e concluem seus ciclos com um número quase nulo de desistência”, destaca a supervisora.
Cuidados paliativos
Os cuidados paliativos constituem-se, na área de conhecimento cujo modelo de intervenção é baseado na reumanização do processo do cuidar. Esse ato de cuidar, por sua vez, pode ser compreendido como resultado de uma combinação de responsabilidade, empatia e ética. Parte desses conceitos foram destacados pela fonoaudióloga Ana Karina Ciríaco. “Para a minha formação profissional o curso me agregou bastante”, afirmou, “, além da ideia de humanização e do fato de sabermos até aonde podemos ir”, concluiu Ana Karina.