Doação de plaquetas ajuda pacientes oncológicos no Ceará
4 de novembro de 2019 - 12:05 #doação #doe plaquetas #Hospital Albert Sabin #oncologia #tratamento
Natássya Cybelly - Ascom Hemoce e Diana Vasconcelos - Ascom Hias
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Ceará, recebe diariamente voluntários que se candidatam para a doação de plaquetas por aférese, procedimento feito através de uma máquina onde é retirada apenas uma das células desejadas no sangue. As plaquetas doadas são fundamentais para o tratamento de pacientes oncológicos. O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), também do Governo do Ceará, é uma das unidades que mais recebe as doações realizadas no Hemoce.
Miguel Ricardo, de três anos, é assistido pelas duas unidades da rede pública. Diagnosticado com leucemia, a criança precisa constantemente receber plaquetas. O tratamento da criança é feito no Centro Pediátrico do Câncer (CPC) do Albert Sabin. A mãe de Miguel relata como foi difícil receber o diagnóstico. “Foi terrível, uma notícia que ninguém quer receber”, disse Elisandra Ricardo e Sousa Bezerra, que deixou o trabalho de marisqueira para cuidar do filho. O tratamento do Miguel no CPC começou logo após o diagnóstico, assim como as transfusões. “A quimioterapia afeta muito as plaquetas, então ele precisa muito das doações. Até o momento, ele já fez quatro ou cinco transfusões”, diz.
A doação de plaquetas por aférese é mais utilizada para auxiliar o tratamento de pacientes oncológicos que precisam repor o componente do sangue. “É um procedimento diferenciado da doação convencional (doação de sangue) porque a máquina permite a coleta de um número de plaquetas muitas vezes superior à doação de sangue total e isto a partir de um único doador”, explica Franklin Santos, diretor de hemoterapia do Hemoce.
O professor Acácio Neves é doador regular de plaquetas no Hemoce há dois anos. “Me tornei doador de plaquetas depois que doei sangue pela primeira vez. E fui convidado a doar por aférese porque cumpria todos os critérios. Ao descobrir que meu tipo sanguíneo é ‘O’ negativo, eu me senti mais ainda no dever de fazer minha parte”, fala. Apesar de doar frequentemente, Acácio confessa que não é fácil lidar com a aplicação da agulha. “Eu tenho um pouco de aflição, mas procuro me controlar e não olho na hora da furada. Nessa hora, eu lembro que a dor do paciente é mil vezes maior que a minha, então tento passar por cima de qualquer dificuldade para estar aqui doando”, finaliza.
As doações regulares no Hemoce atendem a demanda transfusional de pacientes em 450 unidades de saúde no Ceará. Nos hospitais com maior fluxo de necessidade transfusional, o hemocentro conta com as agências transfusionais para armazenarem as bolsas de sangue e plaquetas para transfusões imediatas. Só em 2018, a Agência Transfusional, que funciona no Albert Sabin, forneceu 2.545 bolsas de plaquetas para os pacientes, uma média superior a 212 bolsas mensais. Todas foram doadas por voluntários que vão às unidades do Hemoce. Até setembro de 2019, já foram utilizadas 2.041 bolsas de plaquetas, sendo a maioria delas usadas por crianças que lutam contra o câncer. “Eu mesma não sabia que era tão importante. As pessoas não sabem que elas salvam vidas realmente (ao doar sangue e plaquetas). Hoje eu entendo a importância e peço que continuem ajudando, doando. E agradeço também”, ressalta a mãe do paciente Miguel.
Doação
As doações de plaquetas por aférese podem ser realizadas na sede do Hemoce, em Fortaleza, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, e aos sábados, das 8h às 13h30. Os candidatos à doação de sangue com idade entre 16 e 17 anos devem possuir consentimento formal, por escrito, do seu responsável legal para cada doação que realizar. O banco de sangue disponibiliza em seu site o termo de consentimento para menores de 18 anos que deve ser apresentado para autorização da doação dos jovens nesta faixa etária.