Travestis na ditadura e maquinaria cênica são temas espetáculos de teatro na Mostra de Artes do Porto Iracema
16 de dezembro de 2019 - 15:05 #artes visuais #documentário cênico #espetáculos #Laboratório de Teatro
Raphaelle Batista - Ascom Porto Iracema das Artes
Nesta segunda (16), terça (17) e quarta-feira, apresentam-se no CENA 15 e no Pátio do Porto o Outro Grupo de Teatro e a Trupe Motim de Teatro, de Quixeré
Na última semana da 7ª Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI 7), dois projetos desenvolvidos no Laboratório de Teatro 2019 fazem suas apresentações ao público nesta segunda, terça e quarta-feira. Nos dias 16 e 17, o Outro grupo de Teatro traz o trabalho “Onde estavam as travestis durante a ditadura?”. A partir da não-ficção, o trabalho discute o período da ditadura civil-militar brasileira a partir do olhar da população LGBT, experimentando o que o grupo formado por Nicole Lessa, Helena Vieira e Tavares Neto chama de instalação cênica e documentário cênico. A apresentação será no Centro de Narrativas Audiovisuais do Porto Iracema (CENA 15), às 19h. O acesso é gratuito.
No dia 18, é a vez de “Alquimia teatral”, da Trupe Motim de Teatro, de Quixeré. O grupo encerra a MOPI com uma apresentação no Pátio do Porto Iracema, a partir das 19h. A pesquisa laboral de teatro de animação, que encena o texto de Henrique Oliveira, integrante do coletivo, borra as fronteiras das linguagens do teatro, das artes visuais, da física mecânica e do misticismo para criar uma carruagem-máquina, trazendo variadas formas de manipulação de bonecos.
Confira as sinopses e fichas técnicas dos espetáculos:
– Espetáculo e projeto “Onde estavam as travestis durante a ditadura?”
“Onde estavam as travestis durante a ditadura?” é um projeto de investigação artística do Outro Grupo de Teatro sobre o período da ditadura civil-militar no Brasil partindo do olhar da população LGBT, em especial as travestis e transexuais. O projeto vem sendo desenvolvido pelo grupo desde 2016 e investigou dentro do Laboratório da Escola Porto Iracema das Artes a criação artística da cena a partir da não-ficção, da urgência do real.
“Onde estavam as Travestis durante a ditadura?” é um projeto artístico de imersão, a partir da perspectiva dos corpos LGBTs, em um dos períodos mais sombrios da história recente do nosso país. Essa pesquisa do Coletivo Outro Grupo tem o teatro como elemento principal nessa busca por outro olhar sobre a memória. Esse projeto é inspirado no famoso texto homônimo publicado no portal Pragmatismo Político de autoria da transfeminista Helena Vieira, proponente deste projeto.
Repensar a história, que quase sempre nos é dada a partir da perspectiva de heróis viris, másculos e heterossexuais como Frei Tito, Marighela e Vladimir Herzog, é uma característica norteadora desse processo. Não queremos desconsiderar essa narrativa merecidamente valorizada. Mas, percebendo a história como fruto da hegemonia de determinados corpos sobre outros, surge a necessidade de vê-la e revê-la o tempo todo. Sendo assim, levantamos a questão: onde estavam as travestis durante a ditadura?
O projeto é uma proposição da transfeminista Helena Vieira, com participações de Tavares Neto e Nicole Lessa, tutoria de Luis Fernando Marques (Grupo XIX – SP) e colaboração artística de Noá Bonoba.
Ficha Técnica:
Idealização: Helena Vieira e Tavares Neto
Direção: Luiz Fernando Marques
Elenco: Helena Vieira, Nicole Lessa, Noá Bonoba e Tavares Neto
Preparação de elenco: Noá Bonoba
Texto: Helena Vieira e Noá Bonoba
Produção: Tavares Neto
Figurino: Nicole Lessa
Confecção de figurino: Doralice Lessa
– Espetáculo “Alquimia teatral”
Projeto Alquimia teatral: Processos Laborais para o teatro de animação
A Trupe Motim de Teatro, de Quixeré, propõe uma pesquisa laboral de teatro de animação que borra as fronteiras das linguagens do teatro, das artes visuais, da física mecânica e do misticismo para criar uma carruagem-máquina, material base para o texto “Alquimista Jerônimo”, do integrante do grupo, Henrique Oliveira. Os desafios da pesquisa estão na investigação física/mecânica para a construção dessa carruagem-máquina, no aprimoramento de técnicas de corpo, voz e das mais variadas formas de manipulação de bonecos.
Ficha técnica:
Henrique Oliveira (diretor, texto, produtor, ator, manipulador, figurinista, construtor e designer)
Janaíle Soares (produtora, assistente de direção, atriz, manipuladora, construtora e designer)
Diego Anderson (ator, manipulador, construtor e eletricista)
Lucas Ribeiro (direção musical)
Siluêta Maria (Canção original)
Fátima Oliveira (assistente de confecção de figurinos)
Senhor Balá (assistente de construção)
Luciano Wieser (Tutor, assistência de direção, colaborador de texto e dramaturgia)
Maria Vitória (Preparação de elenco)
Jonatas Paulo (Marceneiro)
Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, com seis anos completados em 2019, desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Serviço
Dias 16 e 17 | Segunda e Terça-feira
[MOPI 7 – Teatro] Apresentação do projeto “Onde estavam as travestis durante a ditadura?”
Com Outro Grupo de Teatro
19 horas > CENA 15 (Rua José Avelino, 495, Praia de Iracema) > Gratuito
Dia 18 | quarta-feira
[MOPI 7 – Teatro] Apresentação do projeto “Alquimia teatral”
Com Trupe Motim de Teatro
19 horas > Pátio do Porto (Rua Dragão do Mar, 160, Praia de Iracema) > Gratuito