Saiba as diferenças entre os sintomas das arboviroses
15 de janeiro de 2020 - 15:32 #chikungunya #mosquito #Zika Vírus
Diana Vasconcelos - Ascom do do HSJ - Texto
Kamile Façanha - Arte gráfica
Arboviroses. O termo, apesar de “estranho”, é bem conhecido entre os cearenses. Trata-se das doenças causadas por artrópodes, entre eles, o mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da dengue, Zika vírus e febre chikungunya. O inseto se reproduz em ambientes com água parada, por isso é sempre motivo de preocupação em período de chuvas. “Estas são doenças que podem ter manifestações leves e graves dependendo do indivíduo. Então, é preciso ter cuidado”, destaca o médico pediatra e infectologista do Hospital São José, Robério Dia Leite.
Algumas ações podem evitar a proliferação do mosquito, como manter baldes, potes, quartinhas, bacias, tambores e caixa d’água limpos e vedados corretamente. Mas, em caso de contágio, é preciso ficar atento, pois, segundo o especialista, os sintomas se confundem. “O quadro clínico varia, são doenças que têm manifestações bem amplas e as vezes se confundem porque, em geral, são febris. É possível confundir até com outras doenças”, explica Robério.
No caso da dengue, os sintomas mais comuns são febre alta, dor no corpo (muscular e/ou articulações), dor de cabeça e atrás dos olhos, além de erupções na pele. Há ainda o que o infectologista chama de “sinais de alarme”. “Algumas pessoas têm formas mais graves doença e alguns sintomas prenunciam isso. Dor abdominal persistente, sinal de sangramento, tontura, essa pessoa pode ter complicações”, afirmou Robério.
“Acredito que a dengue seja a maior preocupação nesse momento. Existem quatro tipos da doença, o tipo 2, no entanto, desde 2008, não era registrado no Ceará. Nesse período algumas pessoas podem ter sido infectadas com os outros três. Quando você tem um segundo episódio de dengue a chance de ter complicações mais graves é maior. E o tipo 2 é um pouco mais agressivo”, disse o infectologista.
Já a chikungunya, além da febre intensa, causa dor, principalmente nas articulações. Podendo ocasionar ainda lesões na pele. Em bebês, principalmente no primeiro ano de vida, também é comum o surgimento de lesões que lembram queimaduras. O agravamento da doença, de acordo com Robério Leite, não é comum, mas pode acontecer, principalmente quando não é devidamente acompanhada. Em adultos, por exemplo, pode acarretar um comprometimento crônico da articulação.
O Zika vírus tem a manifestação mais discreta entre as três arboviroses. Febre geralmente baixa, manchas no corpo e mal estar são alguns dos sintomas. O maior problema ocasionado pelo vírus, porém, são as possíveis sequelas. Entre elas, a síndrome congênita do Zika, síndrome que afeta bebês ainda durante a gestação caso a mãe venha a contrair o vírus. A criança pode nascer com microcefalia e outras complicações.