Delegado da Polícia Civil e auxiliar de perícia cumprem suas missões em meio ao isolamento social
17 de abril de 2020 - 15:17 #Ajuda ao próximo #EPIs #isolamento social #PCCE #Perícia Forense
Vandecy Dourado e Sara Sousa - Assessorias de Comunicação da SSPDS e Pefoce
Todos tiveram suas rotinas modificadas em razão do avanço do novo coronavírus (Covid-19)
Dando sequência à reportagem especial sobre a experiência de quatro profissionais da segurança pública do Ceará que aceitaram compartilhar um pouco da vivência deles durante o período de isolamento social, hoje (17), vamos conhecer o que um delegado de Polícia Civil e uma auxiliar de perícia estão fazendo de diferente nesses dias. Ontem (16), você teve acesso ao relato da mudança de hábitos de um policial militar e de um bombeiro militar que atuam no Estado e à série de cuidados que eles adotaram no trabalho e na volta para casa. O ponto em comum entre as quatro histórias apresentadas nesse especial? Todos tiveram suas rotinas modificadas em razão do avanço do novo coronavírus (Covid-19) no Estado.
Eles não têm escolha, e, ainda assim, não deixam de cuidar de si, das suas famílias e a de tantas outras no Ceará. São policiais, bombeiros, peritos, médicos legistas, mas também são pais, mães, filhos, filhas, netos e netas. Eles também tiveram que redobrar os cuidados com a higiene pessoal para se adaptar e evitar o contágio pelo novo coronavírus (Covid-19). Mas diferente de boa parcela da população, esses profissionais fazem parte do rol de trabalhadores que exercem atividades essenciais que garantem o funcionamento mínimo de muitos serviços no Estado e mantêm o dever diário de servir e defender a sociedade, mesmo em situações tão adversas como a apresentada agora. Afinal, vidas estão em jogo e a sociedade precisa deles na linha de frente.
Relatos
O esforço para agir de acordo com a lei segue inalterado nos quatro cantos do Estado. É o caso dos policiais civis que estão nas delegacias e em operações para o cumprimento dos decretos estaduais que limitam o funcionamento de estabelecimentos comerciais considerados não essenciais, como bares, lojas e outros locais que podem gerar aglomerações indevidas. Com a missão de investigar crimes e a execução das leis, o delegado da Polícia Civil, Felipe Alves, conta que, apesar de não ter flagrado ainda nenhum estabelecimento em descumprimento com os decretos governamentais na área de atuação da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, na qual é titular, as operações de fiscalização são frequentes. “A gente vê que muitas pessoas desconhecem o teor dos decretos, por isso, a gente passa uma primeira vez em caráter educativo, sinalizando a necessidade de fechar o estabelecimento e orientando o que é permitido ou não abrir”.
No dia a dia dentro da unidade policial, o fluxo de pessoas diminuiu para evitar aglomerações e em razão do aumento dos tipos de crimes que agora podem ser registrados sem sair de casa, pela página da Delegacia Eletrônica na internet. Mas para quem ainda precisa se deslocar para fazer algum tipo de procedimento presencialmente na delegacia, a dinâmica foi alterada. “Para receber esse público que vai à delegacia em busca de registrar um boletim de ocorrência de crimes que não são atendidos pela Delegacia Eletrônica, os policiais estão utilizando equipamentos de proteção e adotando um atendimento diferenciado. Durante o atendimento, a pessoa é orientada a manter uma distância mínima do policial. Na recepção, a gente separou as cadeiras de forma a colocar as pessoas sentadas alternadamente, sendo uma cadeira ocupada e outra vaga. De forma que o cidadão, enquanto aguarda atendimento, mantenha uma distância segura um do outro”, detalha o delegado.
E mesmo diante das mudanças repentinas e do impacto econômico provocado pelo avanço da doença no Estado, um outro valor brotou entre os integrantes da Delegacia Metropolitana de Maracanaú: a solidariedade. Contando com o apoio de diversos parceiros e colegas de trabalhos, a unidade policial conseguiu arrecadar 180 cestas básicas e produtos de limpeza para distribuir a famílias carentes de bairros de Maracanaú. “Eu pensei: ‘o que a gente que tem uma condição financeira melhor pode trazer como alternativa para essas pessoas que, além de não poderem sair de casa também não tem opção de emprego?’ Foi quando decidimos conversar com amigos e colegas policiais para nos ajudar”. A iniciativa superou a meta inicial de 100 cestas e até hoje a equipe continua recebendo os donativos. Por isso, quem puder colaborar doando alimentos e produtos de limpeza, basta entrar em contato pelo telefone (85) 3101-2830 e informar os itens que tem interesse em doar.
Ressignificação de EPIs
Na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), os servidores seguem suas rotinas de trabalho com atenção dobrada para atender a população e para dar as respostas para os crimes no Estado. No Núcleo de DNA Forense, por exemplo, as equipes seguem empenhadas na identificação do material genético de vítimas e suspeitos de diversos tipos de ocorrências cujo material genético pode contribuir para uma investigação. O sentimento de colaboração para com a Justiça é o que motiva a auxiliar de perícia, Talita Novais, a sair de casa para o trabalho em meio a tantos desafios que o combate ao novo coronavírus impõe.
O uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) teve o seu uso ressignificado na Pefoce. O aparato que antes protegia os vestígios de contaminações, hoje, se tornou indispensável. O reforço com o EPI é um escudo que permite Talita ir e vir de casa para o trabalho para cumprir a sua missão. “A gente tem o receio de contágio de Covid-19 ou de voltar para casa e contaminar a família, os filhos, o marido. Mas, para continuar com o nosso trabalho, dobramos os cuidados e focamos no nosso objetivo. A gente entende que mesmo diante do cenário atual, a nossa missão continua sendo importante para a identificação das vítimas para as suas famílias e identificação dos autores de crimes”, explica.
Faça sua parte
O atual momento requer sacrifícios, cuidados e o esforço de todos. Mesmo sem apresentar quaisquer sintomas da doença, o contágio pode acontecer, por isso, é vital sair de casa somente em extrema necessidade. Assim, você contribui para não colocar em risco a vida dos outros e ajuda a não sobrecarregar o sistema de saúde. Enquanto policiais, bombeiros, peritos e médicos legistas estão nas ruas e nos laboratórios, você fica no lugar mais seguro de todos: sua casa. É lá onde você vai encontrar refúgio e fortaleza, e vai continuar salvando vidas.
Atendimento ao público nas delegacias
Desde o dia 20 de março, o atendimento presencial nas delegacias de Polícia Civil foi reduzido e redirecionado para a Delegacia Eletrônica (Deletron), cujas ocorrências de determinados fatos são feitas exclusivamente de forma online, visando à diminuição de pessoas nas delegacias em busca de atendimento.
A Polícia Civil adotou ainda o redimensionamento do efetivo das unidades policiais para mantê-las funcionando nos serviços essenciais sem concentração de muitos servidores ao mesmo tempo nos espaços físicos das delegacias e departamentos. Portanto, procure uma delegacia apenas quando necessário.
Saiba quais tipos de crimes podem ser registrados sem sair de casa, acessando o site da Deletron [https://www.delegaciaeletronica.ce.gov.br/beo/].
Isolamento social necessário
O Decreto Estadual nº 30.519, de 19 de março de 2020, estabelece medidas de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a partir de critérios técnicos e científicos, no intuito de promover o isolamento social da população, como melhor alternativa para evitar o avanço da doença, protegendo a vida de todos, em especial daqueles que integram seu grupo de risco.
O Governo do Estado esclarece ainda que o isolamento da população é o meio mais eficaz para conter a rápida disseminação do coronavírus, reduzindo no tempo a curva de crescimento da doença e, assim, permitindo que as unidades de saúde não entrem em colapso na capacidade de atendimento e possam atender, da melhor forma, todas aqueles que, no período de disseminação ampla da pandemia, venham a precisar de cuidados médicos.
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