Professores da Urca e USP publicam artigo no Le Mond Diplomatique e evidenciam desigualdade diante da Covid-19
21 de abril de 2020 - 16:52 #artigo #Pandemia #Urca #vulnerabilidade
Ascom Urca
A professora adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (Urca), Woneska Rodrigues Pinheiro, teve artigo publicado no Le Mond Diplomatique na terça-feira (14), intitulado “Covid-19: Não estamos no mesmo barco”, junto com o professor Marco Akerman, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública (USP). O trabalho evidencia a questão da desigualdade diante do vírus Sars-Cov-2.
No artigo, destaca-se a questão a suscetibilidade ao vírus, no qual todas as pessoas podem estar, e os pontos relacionados à vulnerabilidade. Para os autores, algo distinto, quando se fala em vulnerabilidade, pois remete a profunda desigualdade entre as pessoas e cita para isso Ilona Szabó de Carvalho para explicitar que nem todas as pessoas estão no mesmo barco diante da atual situação da pandemia.
Para os autores, no momento “o sentimento de perder o mundo pode ser coletivo e isso pressupõe o compartilhamento de um destino comum da humanidade”. O artigo remete a uma reflexão das desigualdades e chama a atenção para as condições do mundo, da sobrevivência da própria humanidade caso continue com os mesmos modos de produção, consumos desiguais, injustos, supérfluos e excessivos.
Diante desse sentimento, “não estamos todos no mesmo barco singrando para o fim do mundo”, afirmam. Ainda complementa que nessa grande travessia da humanidade, “há transatlânticos, iates, lanchas, veleiros, escunas, caiaques, barcos a remo, jangadas, e até náufragos agarrados em troncos no meio da correnteza”.
No que diz respeito às diferentes vulnerabilidades, tanto a professora Woneska Rodrigues como o Professor Marco Akerman destacam que o debate nasce da necessidade imperiosa de que uma política social comprometida com a promoção da equidade, que inclui as diferenças entre classes sociais, gêneros, raças, etnias, territórios e países. “Abrir esse diálogo, também é fruto de inquietações a respeito da universalidade em saúde, reconhecendo que para legitimá-la é necessário comportar o direito à diferença, tendo em vista que não se trata mais de um padrão homogêneo, mas equânime”, explica o artigo. Para os docentes, a Covid-19 nos coloca mais uma vez o desafio ético-político e, também, técnico-operacional, de tratar de forma diferente os desiguais.
Veja o link do artigo.