Atendimento a doadores LGBTQI+ é tema de capacitação no Hemoce
30 de junho de 2020 - 17:32 #capacitação #doação de sangue #Hemoce #LGBTQI+ #STF
Natássya Cybelly - Ascom Hemoce - Texto
Roberto Pacheco - Arte Gráfica
Colaboradores do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, participaram de uma capacitação online para aprimorar o atendimento a doadores LGBTQI+. Realizado na última segunda-feira (30), o treinamento foi feito em parceria com a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
O encontro contou, ainda, com a participação de profissionais de saúde, representantes da comunidade LGBTQI+ e de integrantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O objetivo da capacitação foi discutir novas estratégias para o atendimento aos doadores e orientar os funcionários a respeito de conceitos como identidade de gênero e orientação sexual.
“A capacitação no atendimento aos candidatos LGBTI+ permitiu a sensibilização da equipe, o entendimento da diversidade e o início de uma relação de empatia e respeito. Acreditamos que o conhecimento sobre o outro é o primeiro passo para uma relação de confiança, essencial neste momento”, afirma a diretora de hemoterapia do Hemoce, Denise Brunetta.
A técnica da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção LGBT da SPS, Lucivânia de Sousa, ressaltou a importância da iniciativa para fomentar, cada vez mais, o respeito e a igualdade. “Às vezes, a discriminação vem por meio de um olhar, de um sorriso de canto de boca, por não saber como se referir à pessoa. Algumas dessas atitudes podem acontecer por desconhecimento, então é muito importante debater e esclarecer a abordagem também no processo de doação de sangue”, pontua.
Mudança no protocolo
O Hemoce foi o primeiro hemocentro do país a receber doação de sangue de homens homossexuais com vida sexual ativa. A mudança no protocolo atendeu a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme a determinação, todos os hemocentros deveriam anular o critério que, até então, impedia de doar sangue homens que tivessem relações sexuais com outros homens num período de doze meses antes da coleta.
Com isso, os homossexuais que desejam fazer uma doação são submetidos à triagem clínica habitual, devendo ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, estar saudáveis, bem alimentados e apresentar um documento oficial com foto.