Cineteatro São Luiz recebe exposição “Atrás da empanada: memórias virtuais sobre o teatro de bonecos no Ceará”

25 de agosto de 2020 - 12:38 # # # #

Ascom Secult - Texto e Foto

A exposição encerra a programação do equipamento voltada às celebrações do mês da cultura popular

Histórias de botar boneco, a exposição “Atrás da empanada” é o resultado de uma pesquisa fotoetnográfica com grupos e artistas que fazem a cena titeriteira em Fortaleza, um olhar documental sobre esta prática tipicamente cearense e a partir de memórias de atores, atrizes, bonequeiros e bonequeiras. Realizada pelo Grupo Ânima, que completou 22 anos em 2020, a exposição foi selecionada na convocatória “Arte em Rede” e vai ao ar nesta sexta-feira (28), às 18h, no site do Cineteatro São Luiz, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult).

Agindo como alguém que escava memórias e discursos, Cleomir Alencar ator, bonequeiro, educador e fotógrafo, e Tatiane Sousa, atriz, bonequeira, poeta, encenadora e pesquisadora, ambos integrantes do Grupo Ânima, traçaram, a pedaladas, um percurso poético, etnográfico e documental, de mais de 150 km, seguindo rastros deixados pela palavra e pela imagem e que resultaram nesta exposição que contém fotos e vídeos dos artistas pesquisados. Sendo eles: Ângela Escudeiro, Augusto Bonequeiro, Graça Freitas (Grupo Formosura), Izabel Vasconcelos (Epidemia de Bonecos), Cristiano Castro (Bricoleiros), Eliézio Pereira (Calú Maravilha), Claudio Magalhães (Epidemia de Bonecos), Eliania Damasceno (Bricoleiros), Omar Rocha (Circo Tupiniquim) e João Andirá.

Mas porquê “Atrás da Empanada”? Empanada é o nome dado a tenda utilizada pelos bonequeiros, de onde eles animam e dão vida aos bonecos. A pesquisa dá voz aos artistas que contam duas histórias e a prática de botar boneco, revelando o que está por trás da empanada. “A pesquisa, desde o começo, se propunha a ouvir o bonequeiro, espiar para dentro da empanada e construir um olhar sobre o ‘botar boneco’. No percurso, fomos percebendo que ela ganhava a cada visita, os contornos da alteridade, pois a partir das memórias de todos os bonequeiros, fomos olhando para nossa própria trajetória”, explica Tatiane Sousa.

A pesquisa foi realizada com foco nos bonequeiros que vem trabalhando desde a década 1980 a 1990. “Nesse período houve uma intensa movimentação no cenário artístico da cidade. Procuramos quem vem desde lá se especializando, aprimorando e construindo esse cenário entorno do boneco”, afirma Cleomir Alencar que completa: “No decorrer da pesquisa surgiram muitos nomes que, em pouco tempo de trabalho, percebemos que tanto teríamos que voltar aos entrevistados para novas conversas e imagens, como visitar os que não puderam participar desse primeiro recorte”.

O Grupo

O Ânima surgiu a partir da vivência de seus integrantes com a cultura popular, tendo sido criado pelos atores e bonequeiros, Cleomir Alencar e João Andirá. O Grupo desenvolve trabalhos teatrais com técnicas de construção e de manipulação de bonecos, improvisação e dramaturgia titereira, tendo espetáculos com bonecos de luvas, Cassimiros Cocos, Teatro de Sombra e Teatro de Objetos.

Serviço

Exposição: Atrás da empanada: memórias virtuais sobre o teatro de bonecos no Ceará” de Casulo Produções e Arte
A partir de 28/08 (sexta-feira), às 18h
Na galeria virtual do Cineteatro São Luiz: https://www.cineteatrosaoluiz.com.br/exposicoes