Projeto transforma realidade de acompanhantes permanentes
7 de fevereiro de 2020 - 11:41 #Acompanhante #arteterapia #Estresse
Edwirges Nogueira - Ascom do HGWA - Texto e Foto
Internada há mais de um ano no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, do Governo do Ceará, Francilene da Silva, mãe e acompanhante permanente de Francisco Alexandre da Silva Filho, de 6 anos, participa da sessão de arteterapia, do Projeto Acompanhar Faz Bem.
Estando longe do marido e dos outros dois filhos pequenos, que moram no interior, a sessão de arteterapia é para ela um momento de amenizar a saudade e os sentimentos mais difíceis de lidar. “Alivia um pouco a angústia de estar longe de casa por tanto tempo. É também um momento para compartilhar as dores com outras acompanhantes que vivenciam situação semelhante, além de poder também comemorar as pequenas melhoras que os pacientes alcançam”, afirmou.
Acompanhar Faz Bem
O projeto tem três anos e surgiu após percepção do alto nível de estresse dos acompanhantes devido a longa permanência hospitalar. O acompanhante sai do contexto familiar, muitas vezes deixa emprego e a rotina da casa para acompanhar um paciente.
“É uma mudança de estrutura e vida familiar muito grande. Tudo isso gera ansiedade, irritabilidade, negação e revolta. A oficina de arteterapia surge dentro dessa realidade com o intuito de promover intervenções que reduzam a ansiedade e propiciem momentos de ludicidade e abstração”, explicou a gerente de risco do HGWA, Djane Filizola.
Nas oficinas são produzidos objetos simples, mas que podem gerar uma atividade lucrativa para quem participa. Diversos materiais são utilizados. A maioria reciclável e de baixo custo. Francilene, por exemplo, pensa em comercializar lembrancinhas para aniversário que ela aprendeu a fazer. “São fáceis de fazer e baratos. Posso vender quando voltar pra casa”, avaliou.
As aulas, que acontecem às quartas-feiras, fazem muita diferença na vida dos acompanhantes. “Eles ficam muito ociosos e o projeto acalma, melhora a autoestima e autoconfiança. Muitos deles continuam fazendo lá fora aquilo que aprenderam aqui dentro”, diz Jane Cleide, educadora social e facilitadora do projeto. O programa distrai. “Eles saem da doença, da espera e da angústia para um momento lúdico e relaxante. Já fizemos canetas decoradas, vidros pintados, porta-guardanapos e até um jogo da velha usando CDSs que iriam para o lixo”, destacou Marianna Rodrigues, facilitadora da ação.