Atenção! Uso indiscriminado de medicamentos traz problemas à saúde
23 de março de 2020 - 16:47 #coronavírus #Covid-19 #Hospital São José de Doenças Infeccionas #HSJ
Diana Vasconceloss - Ascom HSJ Texto
Tiago Stille Foto
O Hospital São José de Doenças Infeccionas (HSJ), do Governo do Ceará, faz um alerta à população sobre o uso indiscriminado das substâncias hidroxicloroquina, cloroquina e azitromicina. Supostamente eficazes na prevenção ao coronavírus (Covid-19), os medicamentos ainda estão em fase de testes e, com isso, podem oferecer riscos à saúde.
“Eles podem ocasionar alterações cardíacas, interferir no efeito de outras medicações, causar hipoglicemia e até afetar o sistema imunológico. A melhor prevenção é ficar em casa”, destacou o médico infectologista do HSJ, Keny Colares.
De acordo com o especialista, a medicação só pode ser prescrita quando a eficácia no enfrentamento à doença for comprovada cientificamente. “Tem gente usando sem nem mesmo estar doente, acreditando que pode prevenir. Não vai prevenir”, reforçou o médico.
Para o infectologista, a corrida às farmácias em busca dos medicamentos pode expor as pessoas a uma prática perigosa: a automedicação. “Ao usar sem prescrição médica, a população pode estar pondo em risco a própria saúde, principalmente pela questão cardíaca. A compra desnecessária acaba, também, dificultando o acesso à medicação pra quem realmente precisa, já que as substâncias estão esgotadas em alguns lugares”, explica.
Os medicamentos são recomendados a pacientes com doenças crônicas ou problemas de saúde em que o sistema imunológico agride o próprio corpo, como lupus e artrite reumatoide, ressalta Keny Colares.
“Essas pessoas não podem ficar sem o medicamento, pois correm o risco de ter o quadro de saúde agravado e acabar precisando de leitos. É preciso ter sensibilidade, solidariedade e pensar no próximo.”
Estudo e pesquisa
O especialista esclarece, que, neste momento, é preciso cautela para indicar um medicamento voltado ao tratamento do coronavírus . “Temos de trabalhar com a realidade. Claro que o otimismo existe, e nós queremos muito encontrar algo para ajudar os pacientes e aliviar a preocupação das pessoas. Mas vamos fazer isso com responsabilidade”, complementou Keny.