Profissionais de saúde relatam seus processos de cura da covid-19
3 de junho de 2020 - 10:32 #coronavírus #Covid-19 #Hospital Regional Norte #HRN
Tereza Fernandes - Ascom HRN Texto
Jeorge Farias Artes
O coronavírus tornou-se uma realidade no Ceará em março, quando os primeiros casos da doença foram confirmados. Desde então, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) trabalha diariamente para conter o avanço da doença, garantir um atendimento de qualidade para a população e, principalmente, salvar vidas. Em meio ao enfrentamento contínuo à pandemia, mais de 30 mil cearenses conseguiram vencer a Covid-19.
Por trás do número expressivo, há crianças, jovens, adultos e idosos. Pessoas de diferentes idades e classes sociais que tiveram em comum o desafio de enfrentar o vírus e, agora, estão finalmente recuperadas. Para contar estas histórias, preparamos uma série com seis reportagens. Na primeira delas, você vai acompanhar o relato de profissionais de saúde que foram diagnosticados com coronavírus e, depois de recuperados, retornaram à linha de frente do combate à doença.
Profissionais de saúde que venceram a Covid-19
Humanização, empenho e perseverança são marcas do trabalho dos profissionais de saúde que atendem pacientes com coronavírus nas unidades da rede estadual. Mesmo com todos os cuidados preventivos, treinamentos e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), quem cuida da população também está sujeito ao risco de adoecer.
Quando isso acontece, o profissional passa a ser paciente e é preciso dar uma pausa na rotina para se recuperar da doença, seja em casa, respeitando o isolamento domiciliar, ou em uma unidade de saúde. Com 12 anos de profissão, o técnico de enfermagem José Eliano Lino Dias (36) sentiu na pele as consequências do vírus.
O profissional, que atua há seis anos no Hospital Regional Norte (HRN), apresentou os primeiros sintomas de Covid-19 no dia 29 de abril. Teve febre, indisposição, calafrios e dor abaixo das sobrancelhas. Com a confirmação do diagnóstico e o agravamento do quadro, José foi internado no HRN no dia 8 de maio. “Não só o corpo, mas o psicológico fica muito debilitado. Sentia muita falta de ar e ficava muito emotivo porque [essa doença] acaba com o psicológico da gente”, afirma.
Na unidade, José passou pela Emergência, UTI e pela Clínica Covid-19. Após dez dias de internação, ele recebeu a tão esperada alta. “Sou muito agradecido às pessoas que cuidaram de mim. Fui muito bem atendido. Graças a Deus recebi alta, passei alguns dias me recuperando em casa e voltei ao trabalhar”, conta.
Técnica de enfermagem no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), Mirter Fabricio da Silva (53) conta que começou a sentir os primeiros sintomas de Covid-19 no dia 11 de abril. A profissional ficou 14 dias afastada do trabalho, mas já está de volta à linha de frente. “Graças a Deus, estou bem e já retornei às minhas atividades. Estou na luta para cuidar de quem precisa dos meus cuidados de enfermagem”, afirmou Mirter, que também é assistente social do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).
A fonoaudióloga do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), Wigna Raissa, também enfrentou a doença. Ela ficou seis dias internada na enfermaria Covid-19 da unidade e conta que, como profissional da saúde, foi um grande desafio saber tinha o vírus. “Fui atendida por uma excelente equipe multidisciplinar, que, além do cuidado em saúde, também me deu todo o apoio emocional. Hoje estou recuperada. Sinto muito orgulho em ser colaboradora do HRSC, onde pensamos, antes de qualquer coisa, na segurança do paciente”, pontua.
Para Wigna, o distanciamento da família é uma das piores consequências. “Ainda não pude ver a minha família após minha alta. A parte mais difícil dessa doença é estar longe de quem você ama. Por isso, peço em nome de todos os profissionais da saúde, da limpeza e demais setores que estão na linha de frente: fiquem em casa”, finaliza.