Hospital Regional Norte auxilia mulheres a superar desafios da amamentação
18 de agosto de 2020 - 16:06 #aleitamento #amamentação #HRN #leite materno #Sesa
Teresa Fernandes - Texto
Jeorge Farias - Artes gráficas
Mãe pela terceira vez, Gleycilane dos Santos Machado, 35, teve uma gravidez de alto risco em virtude da diabetes. Há vinte dias, com 37 semanas de gestação, a dona de casa deu à luz Isabela no Hospital Regional Norte (HRN), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. No ambulatório de aleitamento materno da unidade, mãe e filha estão sendo acompanhadas para que a criança cresça e se desenvolva de forma saudável.
“Eu me sinto realizada em amamentar. É muito prazeroso e eu sei que são muitas vantagens para a minha bebê. Quero amamentar sem parar até o sexto mês”, ressalta. Ajudar mulheres a enfrentar os desafios da amamentação é uma das missões do HRN, que proporciona um atendimento especializado, pautado pela humanização. Para Gleycilane, o apoio tem sido fundamental. “O ambulatório me ensinou muitas coisas, principalmente a pega correta, tanto que meu seio não feriu e está tudo bem com a minha filha”, relata.
Posicionar o bebê de forma correta está entre as principais dificuldades relatadas pelas mães durante o aleitamento materno, como explica a médica do banco de leite do HRN, Izabela Tamira. De acordo com a especialista, as mulheres que recorrem ao ambulatório também se queixam, com frequência, de problemas mamários e da dificuldade de ganho de peso pelo bebê.
“Como a mãe e o bebê estão nesse processo de conhecimento e familiarização, de aprendizagem, da melhor maneira de amamentar para os dois, é muito comum essa dificuldade de posicionamento, o que vai gerar uma pega incorreta no seio da mãe. Isso é responsável por problemas mais comuns que observamos na prática clínica, como a fissura mamilar, o acúmulo de leite nos alvéolos e a mastite, infecção que geralmente causa dor e desconforto nos seios”, explica a médica.
Na consultoria de amamentação realizada pelos profissionais do ambulatório, as mulheres recebem todas as orientações necessárias para superar estes e outros problemas. A equipe também reforça as vantagens da amamentação para a mãe e o bebê, que é acompanhado pela Pediatria do HRN até os seis meses de vida. “A proposta do serviço é fazer o acolhimento de mulheres com problemas mamários e acompanhar o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês”, explica a coordenadora do banco de leite do HRN, Samara de Andrade.
O ambulatório de aleitamento materno é vinculado ao Banco de Leite do HRN e iniciou as atividades em agosto de 2017. Ao todo, já foram realizados mais 300 atendimentos de mulheres com dificuldades na amamentação. A primeira consulta é feita pela equipe de Enfermagem e as seguintes, em caso de necessidade, são agendadas para a Pediatria.
As mulheres cujos bebês nasceram no HRN são encaminhadas para o ambulatório de aleitamento materno. Durante a pandemia, os serviços ficaram suspensos, sendo retomados em julho. A prioridade é atender mães de “primeira viagem”, mães de gêmeos, além de mulheres em situação de vulnerabilidade social, com histórico de insucesso em amamentações anteriores e adolescentes.
Sandy Azevedo, 26, está entre as pacientes atendidas pelo setor. Mãe de três meninas, Maria Clara, de cinco meses, e das gêmeas Sarah e Sofia, de cinco anos, ela enfrentou algumas dificuldades para amamentar. A fisioterapeuta buscou o serviço após apresentar mastite e conta que o atendimento foi importante para que ela pudesse fazer o aleitamento de forma correta.
“Eu tinha uma grande demanda de leite e precisava fazer a ordenha corretamente. Como as técnicas estavam sendo erradas, eu tive mastite. Minha prima me apresentou o banco de leite do HRN como referência. Eu fui muito bem atendida pela equipe especializada do ambulatório de aleitamento, foi passada toda a orientação”, avalia.
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