Setembro Amarelo: Sinais de alerta podem salvar vidas
2 de setembro de 2020 - 17:33 #saúde #saúde mental #Sesa #setembro amarelo #valorização da vida
Milena Fernandes - Ascom HSM - Texto
Jeorge Farias - Artes Gráficas
O fenômeno do suicídio é a expressão máxima do sofrimento psíquico apresentado por uma pessoa. Especialistas do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, ressaltam que quem pensa em tirar a própria vida pode dar sinais de aleta. Por isso, é importante que familiares, amigos ou colegas de trabalho possam percebê-los para oferece ajuda.
“Muitas vezes, pessoas com ideação suicida expressam seu desejo de não querer mais viver. No entanto, os familiares podem não perceber tais sinais ou não saber como agir diante de uma situação tão delicada e difícil de lidar”, explica Gabriela Benigno, psicóloga do HSM e especialista em Saúde Pública e Mental.
“É importante ficar atento aos sinais de risco, que podem demonstrar uma fragilidade em nossa saúde mental e necessitam de cuidados profissionais. Esses fatores de risco, associados à impulsividade, podem ser letais se não forem tratados adequadamente”.
Ainda de acordo com Gabriela, os principais problemas e contextos que podem desencadear o suicídio são histórico pessoal e familiar de comportamento suicida; tentativas prévias de suicídio; transtorno mentais, como a depressão, bipolaridade e outros transtornos de humor; fatores estressores crônicos e recentes, como separação conjugal, perda de uma pessoa próxima; desemprego, abuso físico ou sexual na infância e/ou adolescência; situações de emergência em saúde pública e de estado de calamidade, como a pandemia de Covid-19, e sentimentos persistentes de desesperança, desespero e desamparo em relação à vida. “Esses fatores de risco, quando associados à impulsividade, podem ser letais”, pontua Gabriela.
O psiquiatra Carlos Celso Serra Azul, diretor clínico do HSM, chama atenção para a importância do acompanhamento de pessoas nestas condições. “Além de vigiar, ficando atento aos sinais de comunicação que indicam um desânimo de viver, também é muito importante acolher esse paciente. O acolhimento é um grande fator terapêutico”, reforça o psiquiatra.
O acesso aos serviços e cuidados em saúde mental, a rede de suporte familiar e o acolhimento são fatores de proteção às pessoas com ideação suicida. A morte por suicídio revela a existência de pessoas em sofrimento psíquico severo que são negligenciadas, na maioria das vezes, por falta de atenção adequada.
O sofrimento emocional como causa causa da ideação suicida é tão intenso que influencia diretamente na percepção da realidade da pessoa, que realiza uma análise negativa dela mesma, dos outros e do mundo ao redor. Dessa forma, o acolhimento por profissionais da área da saúde mental é imprescindível para a prevenção do suicídio e da conscientização sobre a valorização da vida.
No HSM, a emergência funciona 24 horas e conta com psiquiatras e psicólogos preparados para dar todo o suporte e orientação aos familiares e pacientes que estiverem em sofrimento psíquico. Para atender pacientes com perfis diversificados, o hospital conta, ainda, com ambulatórios de especialidades (Geriatria, Sertrans, Epilepsia, Atash, Alto Custo); dois Hospitais-Dia com sessenta leitos distribuídos para o atendimento a psicóticos e dependentes químicos; um Núcleo de Atenção à Infância e Adolescência (NAIA); uma Unidade de Desintoxicação (álcool e outras drogas) com 20 leitos masculinos e quatro unidades de internação, sendo duas masculinas e duas femininas com quarenta leitos cada.