Primeiro retransplantado de coração no Ceará comemora 18 anos de sobrevida
2 de maio de 2017 - 16:05 #doação #Hospital de Messejana #órgãos #saúde
Assessoria de Comunicação do Hospital de Messejana Milena Fernandes Contato: (85) 3101-4092 / (85) 98841.3091
Doação de órgãos representa vida. E foi por este ato de amor e solidariedade que o marceneiro Antônio Pereira de Moura conseguiu sobreviver. Há 18 anos, ele sofreu um acidente de carro, ficou com sequelas no coração e a recomendação médica era a realização de um transplante. Antônio é de Fortaleza e é paciente pioneiro em retransplante de coração no Ceará, feito no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), do Governo do Ceará. Ele também é o primeiro transplantado cardíaco no HM.
Essa história ninguém esquece no Hospital de Messejana. Para receber um novo coração, Antônio Moura esperou três meses e o primeiro transplante foi realizado com sucesso. Depois de seis anos, o coração, que já tinha um marcapasso, apresentou problemas e o marceneiro precisou fazer o retransplante. A espera também foi curta, apenas dois meses e Antônio já recebeu um coração novo.
“Eu me sentia muito cansado. Tudo o que eu fazia cansava. Mas, depois de passar por dois transplantes, minha vida é outra. Trabalho todos os dias, faço caminhadas, cuido da alimentação e dos meninos que nasceram depois dos transplantes”, fala com alegria.
O primogênito de Antônio, que nasceu após o primeiro transplante, recebeu o nome de Juan, em homenagem ao cirurgião cardiovascular peruano, Juan Mejia, que fez a cirurgia dele. Após o retransplante feito em 2005, o marceneiro ainda teve o segundo filho, Davi. O nome do menino também foi uma homenagem ao coordenador clínico da Unidade de Transplantes Cardíacos do HM, João David.
“Sempre fui bem atendido no HM e esses dois médicos representam muito para mim, por isso fiz a homenagem”, comenta Antônio, que de três em três meses recebe acompanhamento médico no hospital. Na casa dele, tudo agora tem mais alegria, mais vida. “Me sinto disposto, entusiasmado e muito feliz com a oportunidade que tive”, comemora.
Crescimento de 33%
E são histórias como a de Antônio que fazem o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da rede pública do Governo do Ceará, se destacar e receber títulos de referência em transplantes. No ano passado, o hospital superou o recorde registrado em 2015: foram realizados 32 transplantes cardíacos em 2016, enquanto no ano anterior foram 24, crescimento de 33%. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT 2016), divulgado no dia 10 de março pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Ceará foi o terceiro estado do país que mais realizou transplantes de coração, ficando atrás apenas do Distrito Federal e de Pernambuco.
O diretor geral do Hospital de Messejana, Frederico Augusto de Lima e Silva, reforça que ao longo dos anos, o HM vem buscando excelência no tratamento de seus pacientes. “Ao realizar transplantes cardíacos e pulmonares em pacientes, não só do Ceará mas de todo o país, a instituição inscreve-se em um grupo especial de hospital públicos brasileiros reconhecidos pela população como verdadeiramente de utilidade pública e excelência”, enfatiza.
Um dos pacientes transplantados no ano passado foi o cantor cearense José Silveira Neto, conhecido como Cláudio Galeno, 57, que tem 13 discos gravados. Depois de passar por seis infartos, quatro AVCs e dois cateterismos, ele precisou realizar o transplante cardíaco. A cirurgia aconteceu em agosto de 2016. “Me sinto como se tivesse nascido de novo. Eu só vivia com falta de ar, cansaço, indisposição, tontura. Agora já penso até em volta a cantar”, declara Galeno.
Este ano, até o mês de abril, já foram realizados dez transplantes cardíacos no HM. O coordenador da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana, João David de Souza Neto, explica que este é um marco da equipe. “Aqui nós contamos com o apoio de todos os profissionais do hospital, o que nos garante um atendimento diferenciado, com resultados positivos. Nossos transplantes têm uma taxa de mortalidade menor que dez por cento. Estamos conseguindo salvar muitas vidas e garantindo qualidade de vida a esses pacientes”, afirma.
Atualmente, 14 pacientes aguardam na fila de Transplantes do Hospital de Messejana. Oito deles são crianças. A enfermeira Gyslane Vasconcelos, que é coordenadora multidisciplinar da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do HM, conta que todos eles são acompanhados antes, durante e após a cirurgia. “Nós temos vários profissionais envolvidos com o paciente. São psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, nutricionistas, enfermeiros e médicos. Enfim, uma equipe que trabalha unida para proporcionar o melhor atendimento a cada um deles”, explica.