Arquivo Público: iniciada digitalização de arquivos cartorários do Ceará dos séculos XVIII, XIX e XX
2 de maio de 2018 - 11:18 #arquivo público #Ceará #cultura #digitalização
Ivna Girão / Lucas Benedecti / Paula Candice - mprensasecultce@gmail.com
Salvino Lobo - Fotos
A ação leva o Ceará a compor, com diversos outros estados brasileiros, a Árvore Genealógica Digital Mundial
Já imaginou poder consultar a história da sua família desde o surgimento dela, descobrir quem foram seus antepassados, por quais cidades, estados e países eles estiveram, e tudo online? Pois isso, em breve, não precisará ficar apenas na imaginação. É que aqui no Ceará, o Arquivo Público do Estado em uma parceria com a Instituição Family Search abraçaram este “sonho”. Entre aspas mesmo, visto que a catalogação de registro digitalizados exigiria um investimento altíssimo por parte dos governos. O marco inicial da parceria é o mês de maio de 2018, período em que começaram a catalogar todo e qualquer documento que comprove a passagem das pessoas que nasceram, casaram, residiram e faleceram no Ceará, entre o século XVIII ao século XX. Deste modo, em alguns anos, qualquer pessoa poderá ter acesso online, pelo site da Family Search, aos registros de seus antepassados.
A ideia é limpar, digitalizar e catalogar os registros dos cartórios de Fortaleza e do interior do Estado, que estavam guardados no Arquivo Público Estadual do Ceará, localizado à Rua Senador Alencar, 348, no Centro de Fortaleza. E, com isso, alimentar os arquivos digitais abertos à consulta online, de uma das maiores coleções da árvores genealógicas do mundo, pertencente à Instituição conveniada, com sede em Salt Lake City, no Estado de Utah, nos Estados Unidos.
Desde o início da reforma do Arquivo Público, os documentos de registros cartorários do Ceará, do referido período, foram transferidos para o Galpão da Refsa que hoje abriga não só o Arquivo Público, como também a Biblioteca Pública Espaço Estação, ficando à disposição da comunidade, de modo a manter os trabalhos de conservação, catalogação e o acesso à pesquisa. Esta parceria firmada permitirá que documentos que estavam bastante degradados pelo tempo, alguns quase perdidos, ou mesmo com muitos fungos, recebam o tratamento de limpeza/higienização com, posterior, digitalização e catalogação. Este trabalho, se realizado por uma empresa privada contratada, custaria aos cofres públicos uma enorme quantia.
Diante dessa realidade, no Brasil, 18 Estados já firmaram a mesma parceria, tais como São Paulo (Arquivo Público), Paraíba (cartórios), Rio Grande do Sul (registro de escravos), entre outros, e estão em diferentes fases da execução, umas já finalizadas e outras em andamento. Além da catalogação, nestes espaços citados, outros locais também têm realizado a mesma parceria, como é o caso de algumas dioceses católicas espalhadas pelo país, visto que as mesmas abrigam os registros de batismo anteriores a 1920, ano em que a exigência de registro civis tornou-se obrigatória. Acredita-se que, anterior a esta data, muitas pessoas só tinham os registros de batismo, portanto sequer existiam dados sobre seus nascimentos ou mortes.
O Mini-Estúdio
Em cada local, são instaladas unidades de trabalho compostas por maquinas fotográficas, computador e lâmpadas, formando um mini-estúdio. Os operadores são terceirizados pela empresa de Recursos Humanos… e trabalham em uma linha de produção setorizada por higienização e digitalização dos livros, com xx pessoas, todos, devidamente, equipados com toucas, óculos de proteção, aventais, etc.
O trabalho consiste em fotografar e digitalizar cada folha dos livros cartorários, com definição entre 9 e 20 megas. Cada operador tem a meta de fazer xx fotos por dia. E, ao final de cada semana, a empresa responsável pela digitalização envia os HDs para a sede na cidade de Salt Lake City, onde será feito o armazenamento da informação em um enorme cofre projetado para resistir até a uma guerra nuclear, servindo portanto, como uma grande árvore genealógica universal, que pode ajudar as atuais gerações e as próximas a localização as histórias de vida de seus antepassados.
Cartórios que participam da ação
Cartórios da capital: João Machado, Ossian Araripe, Pergentino Maia, Cartório Jereissati, Alexandre Rolim, Alencar Araripe, Norões Milfont, cartório Cysne, Aguiar, Álvaro Melo, Feijó, Silveira Marinho, Sales Bezerra, Botelho, Cartório Gilda, Cartório Florêncio e cartório Facundo.
> A tipologia documental compreende Registros de Nascimentos, Casamentos, Óbitos, Testamentos, Inventários, Escrituras diversas, Procurações, Registros de Imóveis, Arrolamentos, Processos Cíveis, Processos Criminais, Sentenças e Atas de Júri;
Cartórios do Interior do Estado do Ceará cujos documentos estão custodiados pelo APEC: Acaraú, Aracoiaba, Aracati, Aurora, Boa Viagem, Baturité, Brejo Santo, Campo Grande (Guaraciaba do Norte) , Camocim, Canindé, Capistrano, Farias Brito, Itapiuna, Itapipoca, Ibiapina , Icó, Iguatú, Iracema, Itapajé, Jaguaribe, Jaguaruana, Jardim, Jucás, Juazeiro do Norte, Lavras da mangabeira, Limoeiro do Norte, Maranguape, Milagres, Pacatuba, Quixadá, Quixeramobim, Redenção, Reriutaba, Santana do Acaraú, São Benedito, Sobral, Solonópole, Saboeiro, Tamboril, Tauá, Uruburetama, Ubajara, Várzaea Alçegre e Viçosa do Ceará.
> Tipologia documental: Certidões de Casamentos, nascimentos e Óbitos