Formação de novos agentes penitenciários tem aulas de direitos humanos e prática penitenciária

5 de junho de 2018 - 17:11 # # # #

Ascom / Sejus - ascom.sejus@gmail.com

Piauienses, pernambucanos, cariocas, e (muitos) cearenses. O curso de formação de agentes penitenciários reuniu 1.685 pessoas com sotaques dos mais diversos, alunos de todo o País, buscando ingressar no sistema penitenciário cearense. Por 38 dias, eles ficaram imersos em uma programação intensa de aulas teóricas e práticas, e palestras preparatórias até a prova. Toda a programação foi construída pela Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), com base em diretrizes federais. Agora eles aguardam o resultado da prova para começar o processo de nomeação dos mil aprovados.

Ao todo, foram 200 horas/aula. No programa, aulas sobre direitos humanos, inclusão social, criminologia, mediação de conflitos, além do funcionamento da Sejus. Em campo, os alunos também conheceram os procedimentos utilizados dentro das unidades prisionais, para escolta e condução de internos, intervenções prisionais e, mais recentemente, passaram pelas aulas práticas de tiro.

Representante da Sejus na comissão organizadora do concurso, Oderlânia Leite, destaca que todo o programa foi montado com base na matriz curricular utilizada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e tem como objetivo ensinar aquilo que se pretende ver dentro da unidade prisional: intervenção responsável e ressocialização. “Procuramos sempre seguir uma linha humanista, levando-os a refletir sobre o papel social e profissional do agente como um transformador”, destaca.

No período, dez das grandes unidades da Região Metropolitana de Fortaleza receberam os candidatos para uma espécie de estágio supervisionado. Para o coordenador especial do sistema penitenciário, Alexandre Leite, o estágio é um momento importante do curso, uma vez que é o primeiro contato dos candidatos com o ambiente carcerário. “É importante que esse momento conte com pessoas experientes à frente, passando conhecimento sobre a rotina carcerária para que o novo agente já adentre com conhecimento adquirido”, pontua.

Como explica a candidata Sara Freitas, 32 anos, é uma rotina intensa para quem deseja ser aprovado. As aulas acontecem durante o dia todo e vários fins de semana já entraram no calendário. “Esse período é bem corrido, mas com certeza vai valer à pena. É pensar que quanto mais rápido acontece, mais rápido estamos atuando”, anima-se.

Para eles, é mesmo um projeto de vida. Muitos saíram dos empregos em que trabalhavam, outros tiraram férias, alguns se mudaram de suas cidades ou estados e aqui dividem um apartamento com outros vários desconhecidos, na mesma situação e em busca da contratação. “Para mim, o que vale não é tanto o salário, mas a carreira”, aponta um candidato piauiense que tirou férias da polícia daquele estado para se dedicar ao curso de formação.

A secretária da Justiça e Cidadania do Estado, Socorro França, destaca que o esforço tem sido no sentido de colocar esses candidatos em contato com todos os temas que perpassam a rotina da Sejus. “Reunimos profissionais reconhecidos em suas áreas, conhecedores das demandas da Secretaria e do sistema penitenciário cearense, e capazes de instigar esses alunos a darem o melhor de si nessa profissão”, reforça.