Após transplante de medula óssea, paciente agradece pela vida

18 de março de 2019 - 13:16 # #

Hemoce - Assessoria de Comunicação

“Em meu nome, da minha família, de amigos e até desconhecidos, agradeço aos médicos, técnicos e enfermeiros, que lutaram, oraram, sofreram e por fim, por causa de vocês, hoje podem sorrir comigo, celebrando a vida. Muito obrigada a todos por fazer desses momentos difíceis, momentos alegres de descontração, sou muito grata a todos por toda dedicação que tiveram comigo”.

A carta de agradecimento foi escrita por Iasmin Souza da Silva, de 13 anos de idade, que se submeteu ao transplante de medula óssea autólogo. O procedimento foi realizado pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, Hemoce, da rede pública do Governo do Ceará, em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio, do Governo Federal. Iasmin foi a paciente mais jovem que realizou o procedimento na rede pública do Ceará e, na quinta-feira (14), recebeu alta médica.

O transplante de medula óssea era a única alternativa para salvar a vida de Iasmin, que foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin, um dos tipos de câncer que afeta o sistema linfático. De acordo com o hematologista Fernando Barroso, ela já havia sido submetida a várias sessões de quimioterapia. “Em algumas situações, como neste caso, o transplante é indispensável porque o organismo já não respondia à quimioterapia”, disse.

Autotransplante

Isamin recebeu um transplante autólogo (quando as células do próprio paciente são autoinfundidas). Ainda segundo o especialista o recurso é o mais utilizado nos pacientes com linfoma de Hodgkin. “É um autotransplante, onde são coletadas células da medula óssea do paciente e esse material coletado é congelado. O paciente passa por um processo de quimioterapia mais agressiva, para depois suas células serem reinfundidas. Ao fazer o autotransplante, o corpo passa a produzir novas células sanguíneas”, conta.

A coleta da medula óssea para o transplante é feita no Hemoce através de uma máquina de aférese. O aparelho retira pela veia do braço somente a parte do sangue necessária, as células da medula óssea, e devolve os outros componentes sanguíneos para o organismo do paciente. Após a coleta da medula, o transplante é realizado pela equipe médica do Hospital Universitário. São cerca de 40 profissionais de saúde envolvidos no transplante. O hematologista explica que o trabalho em equipe é essencial para o sucesso do procedimento. “Nossos esforços em conjunto, tanto do Hemoce, como da equipe de transplante do HUWC, foram fundamentais para realizar o primeiro procedimento em uma paciente dessa idade. Esse foi o primeiro caso (de transplante em adolescente) da nossa equipe e teve ótimos resultados”, finaliza Fernando Barroso.

A mãe da jovem, Vânia Souza, conta que agora o coração está cheio de felicidade. “Meu coração está transbordando de alegria. Ao mesmo tempo, sinto uma calma por saber que minha filha está com saúde e esperança de vida novamente. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe que cuidou da Iasmin com tanto carinho”, relata. Iasmin fez o transplante no dia 1º de março e agora está em casa em processo de recuperação.

“Agradeço por toda dedicação, amor e cuidado que tiveram comigo. Levarei vocês no meu coração. O agradecimento vale pra todos. Obrigada e que o Senhor abençoe cada um de vocês poderosamente e que vocês sejam sempre essas pessoas amáveis e responsáveis e lindas que são”, diz um trecho da carta de Iasmin, direcionada à equipe médica.
Transplante de medula óssea

O Hemoce em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), realiza transplante de medula óssea nos pacientes cearenses desde 2008. Nos últimos dez anos anos, houve 427 transplantes de medula óssea, sendo 329 autólogos, 78 alogênicos aparentados, 14 alogênicos não aparentados e 6 haploidêntico no Ceará, por meio dessa parceria.

O transplante autólogo é quando acontece o autotransplante e as células saudáveis da medula são reinfundidas no paciente para que ele possa ser submetido à quimioterapia. No transplante alogênico aparentado são utilizadas as células de parente do paciente; no não aparentado, a medula óssea vem de um doador do banco nacional ou internacional. No haploidêntico, o transplante acontece com a medula de parente de primeiro grau como pai ou irmão do paciente, em que há apenas metade da compatibilidade.