Geopark Araripe impacta positivamente avaliadores da Unesco

24 de julho de 2019 - 11:25 # # # # #

Ascom Urca

Os avaliadores da Rede Global de Geoparks da Unesco participaram, na última semana, de uma incursão pelos geossítios do Geopark Araripe, para realizar a terceira avaliação institucional para a revalidação do Selo Verde.

Desde que foi criado, em 2006, que o território chama a atenção do órgão internacional, pela grande riqueza geológica, paleontológica, arqueológica e cultural da área. Dessa vez não foi diferente, e todos os requisitos analisados nas recomendações estabelecidas, além da situação atual do espaço, foram bastante elogiadas pelos avaliadores do Vietnã e Espanha. O resultado final da avaliação será apresentado no Congresso Mundial de Geoparks, no próximo ano, na Coreia do Sul.

Os avaliadores foram recepcionados pelo Reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), Francisco do Ó Lima Júnior, o vice-Reitor Carlos Kleber, além da equipe da direção do Geopark Araripe e técnicos. O último dia de trabalho, na sexta-feira (19/7), contou com um momento de reunião para que as primeiras impressões fossem apresentadas pelos integrantes da equipe.

O geólogo espanhol Pablo Rivas, um dos avaliadores, agradeceu a recepção dos técnicos que fazem o Geopark Araripe e destacou o grande trabalho que pode ser feito na América Latina, no sentido do projeto servir de referência para outros territórios. Para ele, o Geopark está numa posição privilegiada na região do Caribe e da América Latina, por todas as implementações realizadas no território.

Referência

Segundo Pablo Rivas, é importante destacar o magnífico trabalho que está sendo realizado. “A região do Araripe está numa posição privilegiada por oferecer exemplos vivos ao resto da América Latina. Creio que seria muito interessante se encaixar dentro do Geopark, que mostra muita experiência e outras ocorrências que possam estar presentes em lugares da América Latina. Em relação a avaliação, ele disse que muitas questões que ocorrem com a presença do Geopark, antes não aconteciam, isto para explicar que o Geopark está sendo um instrumento de desenvolvimento necessário, que deve continuar.

Poder visitar o Geopark foi um momento especial, conforme destacou o geólogo vietnamita Tran Tan Van. Ele explicou que essa é uma ocasião que se põe à prova a capacidade do geoparque, diante da comunidade. O avaliador não esconde a alegria de poder visitar as áreas dos geossítios, num momento de grande descoberta.

Todo o trabalho foi acompanhado pelo reitor Lima Júnior e a equipe técnica do Geopark Araripe, que deram o suporte necessário para a realização das avaliações. As análises executadas foram desde o âmbito da educação, envolvimento das comunidades e infraestrutura. Todos esses fatores foram examinados de forma positiva pelo cumprimento das ações ao longo da última gestão da Urca e as proposições de administração que estão sendo empreendidas com a gestão da Universidade.

Segundo o Reitor, o que foi aprimorado ao longo dos anos, como critérios estabelecidos pela Global Geoparks Network – GGN e Unesco, tem como ponto de partida verificar se avaliar quais as recomendações anteriores que foram implementadas. O destaque, dessa vez, foi verificar a conduta e condução do Geopark.

Transformações

Uma das recomendações importantes nos últimos anos, foi lançar um olhar a mais no sentido de realizar uma reestruturação do Museu de Paleontologia, que após uma ampla reforma, recebeu a denominação de Plácido Cidade Nuvens, ex-reitor da Urca e criador do equipamento. Com isso, já houve uma transformação positiva a partir da última gestão, dando maior visibilidade à coleção e organização no sentido museográfico e museológico, com um critério sequencial, na exposição permanente.

Houve também um trabalho de antecipação em alguns aspectos, antes mesmo das recomendações técnicas, como na Ponte de Pedra, em Nova Olinda, que não poderia ter sustentabilidade com a obra do asfalto no local, conforme laudo. Encomendamos uma obra de suporte, que foi feita embaixo, para não deixar a ponte cair, possibilitando a preservação e geoconservação do patrimônio.

Diversidade

O Reitor destaca a preservação, gestão e diversidade dos geossítios, que são acompanhadas de forma constante. “Temos um portfólio de parceria que é o mais diversificado da GGN, que vai desde associação comunitária, de artesãos, empresários de médio e grande portes, empresas encubadas pelo Geopark, agências de turismo, e a comunidade”, disse ele. No local já foram realizados simpósio e trabalhos, no intuito de promover maior integração e diálogo. Com isso, criando estratégias de envolvimento.

Há uma proposta a ser aprovada de criação de mais dois geossítios, do Sítio Santa Fé e outro do Caldeirão, que se encontra em fase final de trabalho, mas que independe da avaliação que vem sendo feita pelo Geopark e que a qualquer momento podem ser anunciados. Inclusive já foi realizado simpósio no próprio Caldeirão, promovendo uma imersão. Isso destacando principalmente a importância histórica do local, além do patrimônio geológico, num espaço que une a Bacia do Salgado e do Jaguaribe, numa hidrologia singular diante de um poço que não seca, além da relevância do sítio rupestre.