HGF transforma vidas através de transplantes

16 de setembro de 2019 - 11:29 # # # #

Filipe Dultra - Ascom do HGF

1º de setembro. A data está marcada pela família de Ricardo George Pinheiro Barros, 56. Foi quando ele recebeu um novo fígado em transplante realizado no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública do Governo do Ceará. Diagnosticado com cirrose hepática há dezesseis anos, Ricardo esperou cerca de oito meses para receber o novo órgão. Agora, ele segue em recuperação após a cirurgia, e o sentimento é de felicidade.

“Fui muito bem tratado aqui no hospital. A equipe foi muito atenciosa comigo, desde quando cheguei. Hoje, me sinto muito melhor, sem dores”, conta o aposentado, cuja fala precisou ser traduzida por seus parentes – ele é surdo desde que nasceu e, embora consiga realizar leitura labial e saiba escrever, não possui domínio na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Mas não é só para transcrever os desejos e necessidades de Ricardo que a família veio. Todos os dias, a mãe, Vitória Régia Pinheiro Barros, 73, e seus irmãos revezam-se no acompanhamento, dando carinho e cuidados ao recém-transplantado. E uma das felicidades da comerciante é o acolhimento dado pelos profissionais da unidade a seu filho. “Fomos muito bem acompanhados por todos, desde as consultas até depois da cirurgia. É um hospital que a gente se sente como se fosse uma família”, elogia dona Vitória, natural de Uruburetama, a 115 km de Fortaleza.

União pela cura

Ricardo é um dos 23 pacientes que realizaram transplante de fígado neste ano de 2019 no HGF, até o dia 4 de setembro. Todos eles foram acompanhados pela equipe multidisciplinar da unidade, que conta com profissionais como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.

“O ser não é só o órgão para ser trocado”, explica Ivelise Brasil, chefe de transplante hepático do HGF. “É um conjunto. Não é só o psicológico, não é só a cirurgia, não é só o antibiótico. Cada um tem uma parte nesse processo, e, juntando todas as partes, conseguimos o sucesso do transplante”, completa.

O sentimento familiar destacado por dona Vitória é, segundo a médica, uma das diretrizes de atendimento do hospital. “Em qualquer área profissional, precisamos trabalhar a igualdade. O que vemos na nossa equipe é o tratamento humanizado: ouvir o que ele tem a dizer, levar em consideração suas queixas e necessidades”, define a chefe de transplante hepático.

Doação

O HGF mantém posição de destaque em transplante de órgãos no Brasil. Maior centro transplantador da região Nordeste, o Ceará tem papel importante nesse cenário e o hospital desempenha função importante na rede estadual. Além do número de transplantes hepáticos citados acima, a unidade realizou 105 transplantes de rim e dois transplantes pâncreas-rim simultâneos desde o início de 2019 até o dia 4 de setembro. Além disso, a unidade disponibilizou 194 córneas para transplante no Ceará e em outros locais do Brasil.

O hospital integra a Central de Transplantes do Governo do Ceará, que funciona 24 horas, sete dias por semana, e coordena as atividades de transplantes no âmbito estadual. É de responsabilidade da Central regular a lista dos receptores de órgãos e tecidos, receber notificações de potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica e articular a logística que torna a cirurgia de transplante possível, contribuindo para manter a esperança de quem aguarda por um órgão ou tecido para transplante.

A Central de Transplantes coordena, regula e fiscaliza todas as atividades de doação e transplantes do Estado. A distribuição dos órgãos doados acontece através do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, sendo através deste em que são selecionados os receptores. Os órgãos doados vão atender primeiro a demanda local; caso não tenha um doador compatível, é feita uma notificação à Central Nacional de Transplantes (CNT), que distribuirá para outros estados, obedecendo critérios regionais e nacionais.

Para ser um doador de órgãos

Histórias como a de Ricardo só são possíveis graças aos doadores. O passo fundamental para se tornar doador é conversar com a família e deixar bem claro esse desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Com a notificação de potencial doador, a doação só se concretiza após a autorização da família.

O processo começa com a identificação e manutenção dos potenciais doadores. Em seguida, os médicos comunicam à família a suspeita da morte encefálica, realizam os exames comprobatórios do diagnóstico, notificam o potencial doador à Central de Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) no Ceará, a Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado, que repassa a notificação à Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Nos casos de recusa da doação, o processo é encerrado.

Dia Nacional de Doação de Órgãos

O Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e ao mesmo tempo fazer com que as pessoas conversem com familiares e amigos sobre o assunto. A data instituída pela Lei nº 11.584/2.007 amplia ainda a discussão e compreensão do tema.