Comércio do Ceará aumenta em 16% participação regional e 3% nacional, segundo estudo do Ipece

9 de outubro de 2019 - 13:36 # # # # #

Pádua Martins - Ascom Ipece Texto
Thiara Montefusco Foto

Dados são referentes ao período entre 2014 e 2017 e podem ser acessados no site do Ipece.

O comércio cearense, entre 2014 e 2017, ganhou participação nacional e regional (Nordeste) em todas as cinco variáveis analisadas pela Pesquisa Anual de Comércio (Pac). Com relação, por exemplo, ao número de unidades locais com receita bruta de revenda no comércio – uma das cinco variáveis estudadas – o Ceará possuía, em 2014, um total de 50.097 unidades, participando com 2,88% do país (1.737.984 unidades) e com 15,23% do Nordeste (328.932 unidades). Já em 2017, o número de empresas comerciais cearenses cresceu para 50.281, elevando sua participação nacional para 3% e regional para 16,18%. Enquanto isso, o Nordeste perdeu participação no ranking nacional dentre as regiões, caindo de 18,93%, em 2014, para 18,54, em 2017.

A constatação está no Ipece/Informe (nº159 – outubro/2019) – Mudanças na Estrutura Produtiva das Empresas de Comércio Varejista Cearense: Uma análise Comparativa entre Brasil, Regiões e Estados no Período de 2014 a 2017, que acaba de ser lançado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O estudo completo pode ser acessado no site.

Já com relação a receita bruta de revenda de mercadorias, segundo o autor do trabalho, o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, que integra a equipe da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto, as empresas comerciais cearenses apresentaram um faturamento atualizado de R$ 93,4 bilhões, em 2014, registrando uma participação de 2,36% do país e de 15,25% do Nordeste. Em 2017, o valor da receita bruta de revenda passou a ser de R$ 93,0 bilhões, significando aumento de participação nacional para 2,51% e regional para 15,97%. Enquanto isso, a região Nordeste ganhou participação nacional passando de 15,45%, em 2014, para 15,70%, em 2017. Na margem de comercialização em empresas comerciais do Estado fenômeno semelhante foi observado. Ele afirma que a margem cearense foi de R$ 19,7 bilhões, participando com 2,38% do país e com 15,77% do Nordeste. Já em 2017, o total passou para R$ 20,2 bilhões, aumento de participação nacional para 2,65% e regional para 17,28%.

Em 2017, apesar do aumento no número de unidades locais, o número de pessoas ocupadas (outra variável analisada no estudo) nas empresas comerciais cearenses caiu para 293.940 pessoas, mas apresentou aumento de participação nacional para 2,88% e regional para 16,50%, confirmando a permanência em atividade das empresas de maior porte. Em 2014, o Ceará possuía um total de 297.231 pessoas, registrando uma participação nacional de 2,80% e regional de 15,96%. Enquanto isso, a região Nordeste perdeu leve participação nacional passando de 17,52%, em 2014, para 17,43%, em 2017. Já com a variável gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais, em 2014 foram R$ 4,79 bilhões, participação no país de apenas 2,05% e no Nordeste de 15,35%. Em 2017, o valor pago em Gastos com salários, retiradas e outras remunerações nas empresas comerciais no Estado passou a ser de R$ 4,93 bilhões, representando um ganho de participação nacional para 2,18% e regional para 15,80%. Enquanto isso, a região Nordeste ganhou leve participação nacional, passando de 13,39%, em 2014, para 13,37%, em 2017.

Comércio Varejista

Cavalcante observa que, em 2017, as empresas de comércio varejista concentraram 84,69% do total das empresas comerciais cearenses, participando com uma receita bruta de revenda de 57,24% do total, 66,20% da margem de comercialização, 79,37% do pessoal ocupado e com 73,40% dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações. Já as empresas de comércio atacadista responderam por 6,92% das unidades comerciais cearenses, participando com 32,77% da receita bruta de revenda, 25,46% da margem de comercialização, 12,82% do pessoal ocupado e com 17,24% dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações. Enquanto isso, as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas, responderam por 8,39% das unidades comerciais, participando com 9,99% da receita bruta de revenda, 8,33% da margem de comercialização, 7,81% do pessoal ocupado e com 9,36% dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações.

Entre os anos de 2014 e 2017 – informa – o Ceará registrou um incremento de 184 unidades locais com receita de revenda, resultado de um aumento de 164 empresas comerciais atacadistas e 28 empresas comerciais varejistas e de uma redução de oito empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas. Como resultado, as empresas de comércio atacadista elevaram sua participação dentro do Estado em 0,30 ponto percentual (p.p.), enquanto as empresas de comércio varejista reduziram sua participação em 0,26 p.p. e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas em 0,05 p.p. No tocante a receita bruta de revenda, apenas as empresas de comércio varejista ganharam participação de 5,10 p.p., ao passo que as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas e empresas de comércio por atacado perderam participações de 2,63 p.p. e 2,47 p.p., respectivamente, sinalizando as dificuldades enfrentadas pelas empresas de vendas de veículos no estado no período analisado (2014 /2017).

Em relação a margem de comercialização, as empresas de comércio varejista ganharam participação de 6,38 p.p., enquanto as empresas de comércio atacadista e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas perderam participação estadual de 6,09 p.p. e 0,28 p.p., respectivamente, no período. Quanto ao número de pessoas ocupadas, apenas as empresas de comércio varejista apresentou ganho de participação de 2,41 p.p., enquanto as empresas de comércio atacadista (-1,61 p.p.) e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas (-0,80 p.p.) apresentaram perda de participação dentro do estado do Ceará. Já em relação aos gastos com salários, retiradas e outras remunerações, o comércio varejista foi novamente o único a apresentar ganho de participação estadual de 3,87 p.p., enquanto que as empresas de comércio atacadista (-2,20 p.p.) e as empresas de comércio de veículos, peças e motocicletas (-1,67 p.p.) apresentaram perda de participação entre os dois anos.

Pesquisa

A Pesquisa Anual de Comércio (Pac) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constitui uma importante fonte de dados setoriais para compreender o comportamento do mercado sob a lógica da oferta, uma vez que as atividades comerciais empregam significativa parcela da população e contribuem, em grande medida, para a composição do Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa, a partir da estimativa de algumas variáveis, tais como: número de unidades locais com receita de revenda; receita bruta de revenda de mercadorias; margem de comercialização em empresas comerciais; pessoal ocupado em 31 de dezembro em empresas comerciais e por fim, gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais, que representa a massa salarial paga na atividade, investiga a estrutura produtiva das empresas comerciais do país. A partir dessas variáveis é possível construir indicadores tais como: receita média, taxa de margem de comercialização, salário médio, produtividade, etc., que retratam o desempenho do setor comercial no país, sendo seus resultados divulgados para o Brasil, e também para as cinco Grandes Regiões e Unidades da Federação.