CBMCE será agraciado com Medalha da Abolição por trabalho no desabamento do edifício Andrea

4 de novembro de 2019 - 17:59 # # #

Kélia Jácome - Ascom SSPDS Texto
Ronaldo Gusmão Fotos

CBMCE durante trabalho no desabamento do edifício Andrea

O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou, na tarde desta segunda-feira (4), a entrega da Medalha da Abolição ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) em homenagem ao trabalho realizado pela corporação no resgate de vítimas do desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza. A iniciativa aconteceu na presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que também revelou que fará a entrega da Medalha Dragão do Mar ao CBMCE. Estiveram presentes o coronel comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Luis Eduardo Holanda, o comandante-geral adjunto, Cleyton Bastos, e uma parte dos bombeiros militares que atuaram nos resgates.

“O convite foi primeiramente para parabenizar o trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros na tragédia que ocorreu recentemente. Tanto eu, governador, quanto o prefeito, tomamos uma decisão importante e queríamos comunicar a vocês. Por parte do Governo do Ceará, nós resolvemos homenagear os Bombeiros com a medalha da Abolição já para ser entregue, agora, dia 29 de novembro. É uma forma de reconhecimento ao trabalho da corporação e por isso fiz questão de convidá-los aqui para fazer esse agradecimento e esse anúncio”, destacou Camilo em sua fala.

Já o prefeito Roberto Cláudio revelou que a comenda da Prefeitura de Fortaleza, a Medalha Dragão do Mar, será entregue pela primeira vez, tendo como agraciado estreante, o Corpo de Bombeiros. “Aproveitando o ensejo e pela mesma razão, que foi o trabalho histórico de vocês, nós homenagearemos a corporação com a Medalha Dragão do Mar. Apesar de ter sido criada em lei, essa comenda nunca foi entregue a ninguém. Então, a primeira será à instituição Corpo de Bombeiros”, disse. O prefeito informou que a comenda será entregue ainda neste ano de 2019, em data a ser divulgada posteriormente.

Após os dois anúncios, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Luis Eduardo Holanda, comentou que a homenagem não se restringe apenas àqueles que pertencem à instituição atualmente, mas também a todos que integraram a corporação durante os seus 94 anos.

“Isso muito nos honra. Na história dos Bombeiros, nós sempre tivemos uma boa aceitação junto à população. Então, eu acredito que após aquele dia, a população passou a gostar ainda mais da instituição e a conhecer e respeitar o nosso nível técnico e de comprometimento. E eu divido muito disso com o Governo do Ceará e com a Prefeitura de Fortaleza, que estavam lá todos os dias. Então, em nome do Corpo de Bombeiros, ficamos muito lisonjeados. É um reconhecimento ao trabalho de todos. Não somente dos que estão aqui, mas também daqueles que há 94 anos começaram o Corpo de Bombeiros do Ceará”, finalizou.

Além dos Bombeiros, seis personalidades receberão a Medalha da Abolição 2018-2019, no dia 29 de novembro, por terem ajudado a construir a história do Ceará e se destacado de alguma forma no cenário nacional, são: a presidente da Academia Cearense de Letras, Ângela Maria Rossas Mota de Gutiérrez, primeira mulher a presidir a entidade literária; o empresário Edson Carvalho Ventura; a desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Maria Iracema Martins do Vale, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); o ex-senador Carlos Mauro Cabral Benevides; Regina Marta Albuquerque Barbosa, fundadora da Casa de Vovó Dedé, instituição sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento de crianças e jovens de seis a vinte e nove anos em situação de vulnerabilidade social; e Padre Reginaldo Manzotti, fundador da associação Evangelizar é Preciso, movimento de evangelização.

A escolha é feita por uma comissão que avalia o conjunto de nomes e resolve conceder, dentre esses, a medalha para aqueles que mais se destacaram. Com os seis que serão agraciados este ano, chega a 170 as personalidades homenageadas.

Abolição

Em 25 de março de 1884, Francisco José do Nascimento, o corajoso pescador e marinheiro conhecido como Chico da Matilde, afirmou que a partir daquela data não se embarcavam mais escravos nos portos do Ceará. Assim era decretada a abolição da escravatura no Ceará, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea, em 1888.

A atitude do cearense, que posteriormente ficou conhecido como o Dragão do Mar, é a inspiração para atitudes de grandes homens e mulheres que até hoje se destacam no cenário nacional e no Ceará.